Um padre está sendo acusado de espancar a pauladas duas jovens de 17 anos no Santuário da Mãe Rainha, no Morro do Peludo, em Ouro Preto, Olinda, Pernambuco. O fato aconteceu no fim da tarde de segunda-feira, quando as adolescentes estavam sentadas junto a um matagal que circunda o templo.Paranaense, o padre Deonilson Nogueira confessou que bateu nas garotas, mas disse que antes foi agredido verbalmente pelo grupo, formado por quatro jovens, quando ordenou que saíssem da área que pertence ao santuário. O religioso chegou a insinuar que as garotas eram lésbicas e que faziam sexo no terreno. "Mas eu não tenho nada a ver com isso", falou o religioso. O caso foi parar na Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA). Os pais de uma das estudantes decidiu prestar queixa contra o padre.Segundo Deonilson e alguns moradores da comunidade, é comum adolescentes irem ao matagal, que é mal iluminado, para usar drogas ou mesmo fazer sexo. "Essa não é a primeira vez que falo com uma das garotas. No ano passado, ficavam a tarde toda aqui, ou seja, faltavam aula. Ontem ela não estava nem aí quando mandei que todos saíssem do lugar e ainda disseram palavrões comigo", explicou o religioso. Um habitante de uma rua próxima disse também que muitas garotas são exploradas sexualmente na área. De acordo com Deonilson, até mesmo um ofício já foi encaminhado à Polícia Militar para melhorar a segurança nas imediações do seminário, mas nada teria sido feito. "A prefeitura apenas colocou algumas luzes na escadaria, mas isso não resolveu", comentou.Outra versão - Os adolescentes contaram outra versão para o episódio. Segundo uma das estudantes, cuja família prestou depoimento ontem à tarde na GPCA, o grupo usou o caminho como atalho para casa e parou porque um deles precisava urinar. "Ele já chegou muito nervoso, chamando a gente de cadela no cio. Pedi calma, mas ele estava muito descontrolado e começou a bater com um pedaço de madeira", contou. Os estudantes disseram, ainda, que não agrediram o religioso verbalmente. A mãe da garota falou que no mesmo dia da agressão procurou o padre para pedir explicações, mas o vigilante do santuário não permitiu a entrada. "Não vou mais procurá-lo para saber o que aconteceu. Já tomei minhas providências e quero que ele pague pelo que fez", disse a mãe da garota. As duas meninas estão com marcas de espancamento nos braços, nas pernas e costas.A delegada Mariana Pontes, da GPCA, está apurando o caso. Ontem mesmo, ela fez a ouvida da menina, que já fez exame de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal (IML) no mesmo dia da agressão. Segundo a delegada, o padre será intimado a prestar depoimento ainda nesta semana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário