A convertida Raheal Henen Mussa e seu marido copta estão escondidos da polícia e de sua família muçulmana por violarem um artigo da sharia (lei islâmica) que não existe no código penal egípcio.
A polícia prendeu Mussa, 22, no dia 13 de abril, por se casar com Sarwat George Ryiad em uma cerimônia comum (zawag al "urfi), uma forma não-registrada de matrimônio realizada no Egito, sem testemunhas. Essa cerimônia ganhou muita popularidade entre os jovens egípcios, mas não é sancionada pela maioria dos eruditos islâmicos.
Os dois assinaram um contrato de casamento entre eles. Somente Ryiad e seu advogado têm uma cópia. A polícia não conseguiu uma cópia do contrato, mas usou a existência dele como pretexto para a prisão de Mussa.
De acordo com uma interpretação da sharia, as mulheres muçulmanas não podem casar com não-muçulmanos, ainda que o contrário seja permitido, e o Artigo 2 da Constituição egípcia estipula que a sharia seja a base para a legislação.
Segundo a lei egípcia, os dois não cometeram um crime, já que não procuraram um reconhecimento para o casamento, mas a polícia e a família de Mussa estão coagindo o casal, dizendo que eles violaram a lei islâmica.
"Eles não violaram a lei, mas a família e a polícia estão adotando uma lei própria, que não está registrada", diz Helmy Guirguis, presidente da Associação copta do Reino Unido. "A lei islâmica interpreta que, se uma garota muçulmana casa com um homem não-muçulmano, mesmo no papel, eles estão quebrando a lei de Deus, e não a lei dos homens."
Os dois não puderam se casar em uma cerimônia oficial, pois Mussa é considerada muçulmana por nascimento, e mudar o status religioso de "islã" para "cristianismo" é impossível no Egito.
Conhecida como Samr Mohamed Hansen, Mussa se converteu ao cristianismo há três anos, antes de se casar com Ryiad. A polícia a prendeu quando chegou do trabalho. Eles a identificaram pela tatuagem da cruz copta em seu braço direito, uma marca comum entre os coptas.
Ela foi transferida para um posto operado pela polícia secreta, onde ficou até domingo (19 de abril), quando sua família a tirou de lá. Enquanto estava sob custódia, a família queimou a tatuagem.
Mussa fugiu de sua família na terça-feira (21). Ela e seu marido fugiram para o Cairo e estão escondidos. Se os dois forem pegos, os advogados temem que eles possam ser separados, presos e agredidos se Mussa voltar para a família.
A influência da sharia na lei egípcia também significa que os muçulmanos têm o direito (hisbah) de processar alguém que tenha violado os "direitos de Deus". Isso pode significar que o casamento não reconhecido de Mussa e Ryiad pode torná-los alvos de extremistas muçulmanos querendo cumprir toda a lei.
O exemplo mais conhecido da aplicação do hisbah aconteceu em 1995, quando Nasr Abuh Zayd, professor da Universidade do Cairo, foi declarado um "infiel" e obrigado a se divorciar de sua esposa por criticar as visões ortodoxas do Alcorão.
Ryiad e Mussa não casaram em uma cerimônia copta, pois muitas igrejas evitam casar muçulmanos registrados com não-muçulmanos, por medo das autoridades e extremistas islâmicos.
"Ninguém no Egito pode realizar o casamento de um homem copta com uma mulher muçulmana", afirma o advogado Naguib Gabriel. "Seria muito perigoso para a vida do pastor."
A polícia prendeu Mussa, 22, no dia 13 de abril, por se casar com Sarwat George Ryiad em uma cerimônia comum (zawag al "urfi), uma forma não-registrada de matrimônio realizada no Egito, sem testemunhas. Essa cerimônia ganhou muita popularidade entre os jovens egípcios, mas não é sancionada pela maioria dos eruditos islâmicos.
Os dois assinaram um contrato de casamento entre eles. Somente Ryiad e seu advogado têm uma cópia. A polícia não conseguiu uma cópia do contrato, mas usou a existência dele como pretexto para a prisão de Mussa.
De acordo com uma interpretação da sharia, as mulheres muçulmanas não podem casar com não-muçulmanos, ainda que o contrário seja permitido, e o Artigo 2 da Constituição egípcia estipula que a sharia seja a base para a legislação.
Segundo a lei egípcia, os dois não cometeram um crime, já que não procuraram um reconhecimento para o casamento, mas a polícia e a família de Mussa estão coagindo o casal, dizendo que eles violaram a lei islâmica.
"Eles não violaram a lei, mas a família e a polícia estão adotando uma lei própria, que não está registrada", diz Helmy Guirguis, presidente da Associação copta do Reino Unido. "A lei islâmica interpreta que, se uma garota muçulmana casa com um homem não-muçulmano, mesmo no papel, eles estão quebrando a lei de Deus, e não a lei dos homens."
Os dois não puderam se casar em uma cerimônia oficial, pois Mussa é considerada muçulmana por nascimento, e mudar o status religioso de "islã" para "cristianismo" é impossível no Egito.
Conhecida como Samr Mohamed Hansen, Mussa se converteu ao cristianismo há três anos, antes de se casar com Ryiad. A polícia a prendeu quando chegou do trabalho. Eles a identificaram pela tatuagem da cruz copta em seu braço direito, uma marca comum entre os coptas.
Ela foi transferida para um posto operado pela polícia secreta, onde ficou até domingo (19 de abril), quando sua família a tirou de lá. Enquanto estava sob custódia, a família queimou a tatuagem.
Mussa fugiu de sua família na terça-feira (21). Ela e seu marido fugiram para o Cairo e estão escondidos. Se os dois forem pegos, os advogados temem que eles possam ser separados, presos e agredidos se Mussa voltar para a família.
A influência da sharia na lei egípcia também significa que os muçulmanos têm o direito (hisbah) de processar alguém que tenha violado os "direitos de Deus". Isso pode significar que o casamento não reconhecido de Mussa e Ryiad pode torná-los alvos de extremistas muçulmanos querendo cumprir toda a lei.
O exemplo mais conhecido da aplicação do hisbah aconteceu em 1995, quando Nasr Abuh Zayd, professor da Universidade do Cairo, foi declarado um "infiel" e obrigado a se divorciar de sua esposa por criticar as visões ortodoxas do Alcorão.
Ryiad e Mussa não casaram em uma cerimônia copta, pois muitas igrejas evitam casar muçulmanos registrados com não-muçulmanos, por medo das autoridades e extremistas islâmicos.
"Ninguém no Egito pode realizar o casamento de um homem copta com uma mulher muçulmana", afirma o advogado Naguib Gabriel. "Seria muito perigoso para a vida do pastor."
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