Assim como o presidente do Tribunal de Justiça do Rio, muitos cariocas também ‘flexibilizam’ suas crenças.
Em busca do conforto proporcionado pela religião, vale tudo: de tocar tambor a se curvar às leis do Corão, até conciliar a Torá ao livro de Kardec. Num país onde 73,6% dos brasileiros ainda se declaram católicos, o sincretismo é cada vez mais comum. No início do ano, o presidente do Tribunal de Justiça (TJ), Luiz Zveiter, provocou polêmica ao mandar tirar o crucifixo do plenário e definir sua religiosidade: “Sou maçom, judeu e kardecista”.
O Rio tem centros espíritas frequentados por judeus, assim como uma sinagoga messiânica onde a palavra de Jesus é propagada por novos evangélicos que mantêm a fé na Torá.
“Sou judeu por tradição, mas nunca frequentei sinagoga. Meu pai, minha mãe e meu irmão são kardecistas, apesar de judeus. Nasci do ventre de mãe judia e de pai judeu, não é questão de escolha”, diz Zveiter. No gabinete, ele mantém imagens do seu guia espiritual e de um rabino. Na mesa, copo d’água cheio contra energias negativas. Segundo ele, além do berço, o que o faz judeu é guardar as tradições e praticar o bem: “Eu me considero mais judeu do que muitos judeus”.
Fundadora da Sinagoga Judaico-Messiânica, no Humaitá, a pedagoga Ângela Mizhari Homfani também não se considera menos judia, apesar da fé no Evangelho: “A gente não muda de religião, apenas se completa. Celebramos todas as datas judaicas, mas cremos na Palavra de Jesus”.
Trajetória familiar liberal
Zveiter diz que seu perfil religioso se explica pela própria trajetória familiar. “Nunca frequentei sinagoga, mas me considero mais judeu que muitos judeus. Não é questão de escolha. Quando fiz 13 anos, idade em que pela tradição o jovem comemora sua entrada no mundo adulto, não comemorei”, lembra. Ele, então, recebeu carta do pai que dizia: “Não praticamos a religião dos nossos ancestrais, o que não nos impede de ser judeus’”.
Triplicou o número de não-católicos, diz IBGE
Segundo o IBGE, o número de brasileiros que declaram não praticar a fé católica triplicou em seis décadas. Em 1940, apenas 5% diziam ter outra ou nenhuma religião. Hoje, 15,4% declaram-se evangélicos e 1,4% kardecistas, entre outros.
O pastor da Igreja Presbiteriana de Jacarepaguá Marcos Amaral, 47, é filho de umbandista e único membro da família evangélico. Por isso, defende a eterna busca pela fé: “A gente desaguou numa sociedade desalmada, sem espírito. E essa é a solução para o novo século, a retomada do sacro, onde o homem vai reencontrar seu equilíbrio. Qualquer experiência religiosa que colabore para isso é válida”.
Ex-católica, ex-evangélica, ex-kardecista e atualmente umbandista, a recepcionista Cristiane Carvalho, 45, encontrou-se com o pastor Marcos em sua igreja, numa prova de que, religião à parte, a fé ainda move montanhas. “Religião é uma busca. Se eu quiser, vou continuar mudando até morrer”, garante.
Em busca do conforto proporcionado pela religião, vale tudo: de tocar tambor a se curvar às leis do Corão, até conciliar a Torá ao livro de Kardec. Num país onde 73,6% dos brasileiros ainda se declaram católicos, o sincretismo é cada vez mais comum. No início do ano, o presidente do Tribunal de Justiça (TJ), Luiz Zveiter, provocou polêmica ao mandar tirar o crucifixo do plenário e definir sua religiosidade: “Sou maçom, judeu e kardecista”.
O Rio tem centros espíritas frequentados por judeus, assim como uma sinagoga messiânica onde a palavra de Jesus é propagada por novos evangélicos que mantêm a fé na Torá.
“Sou judeu por tradição, mas nunca frequentei sinagoga. Meu pai, minha mãe e meu irmão são kardecistas, apesar de judeus. Nasci do ventre de mãe judia e de pai judeu, não é questão de escolha”, diz Zveiter. No gabinete, ele mantém imagens do seu guia espiritual e de um rabino. Na mesa, copo d’água cheio contra energias negativas. Segundo ele, além do berço, o que o faz judeu é guardar as tradições e praticar o bem: “Eu me considero mais judeu do que muitos judeus”.
Fundadora da Sinagoga Judaico-Messiânica, no Humaitá, a pedagoga Ângela Mizhari Homfani também não se considera menos judia, apesar da fé no Evangelho: “A gente não muda de religião, apenas se completa. Celebramos todas as datas judaicas, mas cremos na Palavra de Jesus”.
Trajetória familiar liberal
Zveiter diz que seu perfil religioso se explica pela própria trajetória familiar. “Nunca frequentei sinagoga, mas me considero mais judeu que muitos judeus. Não é questão de escolha. Quando fiz 13 anos, idade em que pela tradição o jovem comemora sua entrada no mundo adulto, não comemorei”, lembra. Ele, então, recebeu carta do pai que dizia: “Não praticamos a religião dos nossos ancestrais, o que não nos impede de ser judeus’”.
Triplicou o número de não-católicos, diz IBGE
Segundo o IBGE, o número de brasileiros que declaram não praticar a fé católica triplicou em seis décadas. Em 1940, apenas 5% diziam ter outra ou nenhuma religião. Hoje, 15,4% declaram-se evangélicos e 1,4% kardecistas, entre outros.
O pastor da Igreja Presbiteriana de Jacarepaguá Marcos Amaral, 47, é filho de umbandista e único membro da família evangélico. Por isso, defende a eterna busca pela fé: “A gente desaguou numa sociedade desalmada, sem espírito. E essa é a solução para o novo século, a retomada do sacro, onde o homem vai reencontrar seu equilíbrio. Qualquer experiência religiosa que colabore para isso é válida”.
Ex-católica, ex-evangélica, ex-kardecista e atualmente umbandista, a recepcionista Cristiane Carvalho, 45, encontrou-se com o pastor Marcos em sua igreja, numa prova de que, religião à parte, a fé ainda move montanhas. “Religião é uma busca. Se eu quiser, vou continuar mudando até morrer”, garante.
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