Obras sociais de algumas das dezenas de igrejas evangélicas presentes no Brasil apóiam populações que frequentemente são esquecidas pelo poder público. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto a população brasileira cresceu 15,5% entre os dois últimos censos, o número de evangélicos dobrou. Hoje eles são cerca de 15% dos brasileiros. Como a maioria católica inclui 73% da população brasileira, as obras da Igreja Católica são bem conhecidas. Criada no início do século 20, em Belém, a Assembleia de Deus, uma igreja brasileira, tem hoje 8,4 milhões de fiéis espalhados pelo país. São evangélicos do ramo pentecostal, que acreditam no poder do espírito santo e na música como oração.
“Quando você está fazendo música você sente na pele, fica arrepiado. Quando a gente faz para Deus, quando dá aquele arrepio, é porque Deus recebeu”, diz Gilberto Oliveira, que achava que seria técnico em química e hoje toca no culto e também na Orquestra Municipal do Rio de Janeiro. Ele se descobriu músico nas oficinas da igreja, trabalho mantido com o dízimo.
Para Nelson dos Anjos, pastor da Assembleia de Deus, o que as pessoas costumam ouvir de errado é que a igreja só existe para pegar dinheiro do povo. “Os pastores são tidos como charlatões, pegadores de dinheiro, mas ninguém vê o processo social, os acontecimentos sociais que a igreja promove”, afirma.
A origem das igrejas evangélicas está no distante século 16. Na decisão de homens como o monge Martinho Lutero e o teólogo João Calvino em romper com a Igreja Católica. O primeiro, por não concordar com o pagamento das indulgências, a possibilidade de comprar o perdão divino. O segundo, por querer uma grande reforma na organização e nos ritos católicos, um movimento conhecido como protestantismo, de onde derivam a imensa maioria dos evangélicos de hoje.
“Com Lutero temos uma nova teologia muito calcada na interpretação da Bíblia pelo próprio indivíduo. Você tem que assumir para você que as orientações para a sua vida estão na Bíblia”, diz a socióloga Maria das Dores Machado.
A Bíblia diz que a missão dos cristãos é divulgar a palavra de Deus pelo mundo. Os presbiterianos foram para Dourados, Mato Grosso do Sul, em 1928, para levar o evangelho, com a autorização da Fundação Nacional do Índio (Funai), à maior aldeia do Brasil. A Igreja Presbiteriana tem origem no século 16 e está no Brasil desde 1859. Hoje são 980 mil fiéis.
A Igreja Presbiteriana é conhecida por valorizar os valores éticos e morais. Na Missão Kaiwá, foi construído um hospital só para índios e também uma escola com ênfase evangélica. Em meio à disputa por terras na região, que já dura décadas, o preconceito afastou brancos e índios e dividiu a tribo. Hoje, são dois caciques e nenhum pajé, o líder espiritual. O último morreu há cinco anos. Agora, as doenças são tratadas só no Hospital da Missão.
Na escola indígena, os mais velhos tentam não deixar a cultura morrer e na Escola da Missão, as aulas dos brancos funcionam como reforço, como ferramenta para entender e transitar no mundo dos brancos.
“Ensinar uma criança que está ao seu lado, ou curar a ferida de alguém que está sofrendo no hospital são gestos que não são feitos simplesmente por um profissional, mas por alguém que tem um ideal de servir e alguém que gostaria de, através daquele gesto, expressar o grande amor de Deus” afirma o reverendo da Igreja Presbiteriana, Benjamim Bernardes. O reverendo Benjamim sabe que, para tudo isso dar certo, uma barreira teve que cair. Afinal, são evangélicos americanos de língua inglesa, no Brasil, trabalhando com índios que falam o kaiwá. Um dos maiores desafios dos missionários, portanto, foi tentar entender a língua dos índios para poder falar de igual para igual com eles, mas os religiosos foram além: conseguiram registrar pela primeira vez, por escrito, a gramática da língua, e ainda fizeram uma Bíblia feita para os índios e escrita na língua deles.
“Eu gostei da parte onde diz que Deus não quer que nenhum dos pequeninos se percam. Assim como Ele amou a ovelha perdida, Ele ama a todos igualmente. A missão trouxe uma nova realidade para nós”, diz o índio Natanael Cárceres.
“Quando você está fazendo música você sente na pele, fica arrepiado. Quando a gente faz para Deus, quando dá aquele arrepio, é porque Deus recebeu”, diz Gilberto Oliveira, que achava que seria técnico em química e hoje toca no culto e também na Orquestra Municipal do Rio de Janeiro. Ele se descobriu músico nas oficinas da igreja, trabalho mantido com o dízimo.
Para Nelson dos Anjos, pastor da Assembleia de Deus, o que as pessoas costumam ouvir de errado é que a igreja só existe para pegar dinheiro do povo. “Os pastores são tidos como charlatões, pegadores de dinheiro, mas ninguém vê o processo social, os acontecimentos sociais que a igreja promove”, afirma.
A origem das igrejas evangélicas está no distante século 16. Na decisão de homens como o monge Martinho Lutero e o teólogo João Calvino em romper com a Igreja Católica. O primeiro, por não concordar com o pagamento das indulgências, a possibilidade de comprar o perdão divino. O segundo, por querer uma grande reforma na organização e nos ritos católicos, um movimento conhecido como protestantismo, de onde derivam a imensa maioria dos evangélicos de hoje.
“Com Lutero temos uma nova teologia muito calcada na interpretação da Bíblia pelo próprio indivíduo. Você tem que assumir para você que as orientações para a sua vida estão na Bíblia”, diz a socióloga Maria das Dores Machado.
A Bíblia diz que a missão dos cristãos é divulgar a palavra de Deus pelo mundo. Os presbiterianos foram para Dourados, Mato Grosso do Sul, em 1928, para levar o evangelho, com a autorização da Fundação Nacional do Índio (Funai), à maior aldeia do Brasil. A Igreja Presbiteriana tem origem no século 16 e está no Brasil desde 1859. Hoje são 980 mil fiéis.
A Igreja Presbiteriana é conhecida por valorizar os valores éticos e morais. Na Missão Kaiwá, foi construído um hospital só para índios e também uma escola com ênfase evangélica. Em meio à disputa por terras na região, que já dura décadas, o preconceito afastou brancos e índios e dividiu a tribo. Hoje, são dois caciques e nenhum pajé, o líder espiritual. O último morreu há cinco anos. Agora, as doenças são tratadas só no Hospital da Missão.
Na escola indígena, os mais velhos tentam não deixar a cultura morrer e na Escola da Missão, as aulas dos brancos funcionam como reforço, como ferramenta para entender e transitar no mundo dos brancos.
“Ensinar uma criança que está ao seu lado, ou curar a ferida de alguém que está sofrendo no hospital são gestos que não são feitos simplesmente por um profissional, mas por alguém que tem um ideal de servir e alguém que gostaria de, através daquele gesto, expressar o grande amor de Deus” afirma o reverendo da Igreja Presbiteriana, Benjamim Bernardes. O reverendo Benjamim sabe que, para tudo isso dar certo, uma barreira teve que cair. Afinal, são evangélicos americanos de língua inglesa, no Brasil, trabalhando com índios que falam o kaiwá. Um dos maiores desafios dos missionários, portanto, foi tentar entender a língua dos índios para poder falar de igual para igual com eles, mas os religiosos foram além: conseguiram registrar pela primeira vez, por escrito, a gramática da língua, e ainda fizeram uma Bíblia feita para os índios e escrita na língua deles.
“Eu gostei da parte onde diz que Deus não quer que nenhum dos pequeninos se percam. Assim como Ele amou a ovelha perdida, Ele ama a todos igualmente. A missão trouxe uma nova realidade para nós”, diz o índio Natanael Cárceres.
Nenhum comentário:
Postar um comentário