WASHINGTON — Num relatório anual recentemente divulgado sobre a condição da saúde mundial, a Organização Mundial de Saúde (OMS) apresenta estatísticas que enganosamente parecem colocar a mortalidade materna em pé de igualdade com outras doenças assassinas mundiais como a malaria e o HIV/AIDS. Essa nova abordagem contradiz outros relatórios da OMS em que a mortalidade materna nem mesmo chega entre as dez principais doenças que mais matam no mundo, ficando na posição de certo modo mais baixa do que as fatalidades de acidentes de carro.
A confusão surge primeiro na segunda tabela do relatório, que fornece dados sobre a mortalidade devido a causas maternas, o HIV/AIDS, a malaria, a tuberculose, as doenças cardiovasculares, o câncer e os ferimentos. Todas essas causas de morte, exceto a mortalidade materna, estão entre as dez principais causas de morte mundial. Mas a mesma tabela de estatísticas mostra a mortalidade materna, como se fosse comparável aos outros.
Ainda mais confusa para o leitor casual é que as estatísticas na tabela de mortalidade materna realmente parecem ser uma causa maior do que as outras. A tabela mostra que a mortalidade materna tem um “índice de mortalidade” de 400 enquanto as doenças do coração, consideradas a causa número um de mortes no mundo inteiro, têm um índice de mortalidade de 301. Embora a própria OMS diga que a mortalidade materna mate 536.000 por ano e as doenças do coração matem 7,2 milhões, essa aparente paridade é alcançada quando os números de mortalidade materna são mostrados como um número variável de nascimentos vivos totais enquanto os outros são mostrados como um número variável da população total — uma mistura de maçãs e laranjas.
Os críticos acusam que o relatório é parte de uma contínua campanha das agências da Organização das Nações Unidas (ONU) e da OMS de exagerar a incidência real da mortalidade materna com o propósito de promover o aborto.
Um boletim da OMS de 2005 admitiu que relativamente poucos países fornecem dados confiáveis e completos sobre a mortalidade ou causa de morte. Aliás, dos 46 países africanos, que supostamente representam cerca de 50% das mortes maternas, só um país tinha dados completos disponíveis. Ainda assim, a OMS rotineiramente declara que cerca de meio milhão de mulheres morrem anualmente de “causas maternas” nos países em desenvolvimento, independente do fato de que os dados disponíveis dos países em desenvolvimento sobre esse assunto são inconfiáveis, com “margens de incerteza elevada”. A Divisão de População da ONU, o escritório oficial da ONU que lida com estatísticas, se recusa a usar o número de 500.000 precisamente porque não dá para confirmá-lo.
A ONU e suas agências firmemente propõem o aborto e a contracepção, sob o eufemismo de “planejamento familiar”, como o melhor jeito de resolver o problema exagerado da mortalidade materna. A declaração conjunta de 1999 disponibilizada pelo Banco Mundial, FNUAP, UNICEF e OMS reiterou a importância de reduzir a mortalidade materna por meio de “três áreas chaves para ação”: “capacitar as mulheres a fazer escolhas em suas vidas reprodutivas”, melhorar o “acesso para e qualidade de serviços de saúde materna” e “garantir acesso para informações e serviços de planejamento familiar”.
A conferência “Mulheres Dão a Luz” de 2007 patrocinada pela ONU também defendeu o que a Dra. Susan Yoshihara denominou de mentalidade “aborto primeiro” para melhorar a saúde materna. Isso subestima métodos comprovados de reduzir a mortalidade materna associada ao parto por meio do acesso a enfermeiras de parto especializadas e assistência obstétrica de emergência.
Traduzido por Julio Severo
A confusão surge primeiro na segunda tabela do relatório, que fornece dados sobre a mortalidade devido a causas maternas, o HIV/AIDS, a malaria, a tuberculose, as doenças cardiovasculares, o câncer e os ferimentos. Todas essas causas de morte, exceto a mortalidade materna, estão entre as dez principais causas de morte mundial. Mas a mesma tabela de estatísticas mostra a mortalidade materna, como se fosse comparável aos outros.
Ainda mais confusa para o leitor casual é que as estatísticas na tabela de mortalidade materna realmente parecem ser uma causa maior do que as outras. A tabela mostra que a mortalidade materna tem um “índice de mortalidade” de 400 enquanto as doenças do coração, consideradas a causa número um de mortes no mundo inteiro, têm um índice de mortalidade de 301. Embora a própria OMS diga que a mortalidade materna mate 536.000 por ano e as doenças do coração matem 7,2 milhões, essa aparente paridade é alcançada quando os números de mortalidade materna são mostrados como um número variável de nascimentos vivos totais enquanto os outros são mostrados como um número variável da população total — uma mistura de maçãs e laranjas.
Os críticos acusam que o relatório é parte de uma contínua campanha das agências da Organização das Nações Unidas (ONU) e da OMS de exagerar a incidência real da mortalidade materna com o propósito de promover o aborto.
Um boletim da OMS de 2005 admitiu que relativamente poucos países fornecem dados confiáveis e completos sobre a mortalidade ou causa de morte. Aliás, dos 46 países africanos, que supostamente representam cerca de 50% das mortes maternas, só um país tinha dados completos disponíveis. Ainda assim, a OMS rotineiramente declara que cerca de meio milhão de mulheres morrem anualmente de “causas maternas” nos países em desenvolvimento, independente do fato de que os dados disponíveis dos países em desenvolvimento sobre esse assunto são inconfiáveis, com “margens de incerteza elevada”. A Divisão de População da ONU, o escritório oficial da ONU que lida com estatísticas, se recusa a usar o número de 500.000 precisamente porque não dá para confirmá-lo.
A ONU e suas agências firmemente propõem o aborto e a contracepção, sob o eufemismo de “planejamento familiar”, como o melhor jeito de resolver o problema exagerado da mortalidade materna. A declaração conjunta de 1999 disponibilizada pelo Banco Mundial, FNUAP, UNICEF e OMS reiterou a importância de reduzir a mortalidade materna por meio de “três áreas chaves para ação”: “capacitar as mulheres a fazer escolhas em suas vidas reprodutivas”, melhorar o “acesso para e qualidade de serviços de saúde materna” e “garantir acesso para informações e serviços de planejamento familiar”.
A conferência “Mulheres Dão a Luz” de 2007 patrocinada pela ONU também defendeu o que a Dra. Susan Yoshihara denominou de mentalidade “aborto primeiro” para melhorar a saúde materna. Isso subestima métodos comprovados de reduzir a mortalidade materna associada ao parto por meio do acesso a enfermeiras de parto especializadas e assistência obstétrica de emergência.
Traduzido por Julio Severo
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