Igreja Evangelica Jesus Cristo é o Senhor: COMO SER FIEL A DEUS

quarta-feira, 15 de julho de 2009

COMO SER FIEL A DEUS

Para quem pegou o “bonde andando”, estamos dando continuidade à temática sobre fidelidade. Nesta edição gostaríamos de sublinhar alguns aspectos importantes da personalidade. Num segundo momento, abordando o tema da motivação vocacional, tentaremos evidenciar os fatores que podem ser empecilhos para a fidelidade. Nossas vidas são marcadas por acontecimentos, etapas e momentos felizes, mostrando que conseguimos, vencemos, enfim, “demos conta do recado”.

Sendo fiel, o ser humano responde ao chamado de Deus a transcender-se, coerente com a própria natureza humana. A fidelidade é a concretização da certeza, seja espiritual ou psicológica, que quanto mais o ser humano é de Deus e pertence a Ele, tanto mais se realiza como pessoa.

• Ser fiel para responder ao chamado de Deus: Chamados a ser o quê? Nós somos chamados a transcender a nós mesmos. Deus nos convida a segui-lo, a nos tornarmos algo ou alguém que ainda não somos, mas que aspiramos ser. A pessoa, sendo fiel, mostra acreditar que Deus ajuda a viver os valores evangélicos, a sair de si mesmo para se tornar o que ele lhe propõe. Com a fidelidade nós reconhecemos que este convite é possível e pode se realizar.

• Ser fiel para responder à própria natureza humana: a psicologia nos diz que a personalidade é constituída por estruturas bem definidas, o Eu ideal e o Eu atual. O Eu atual é o conhecimento que o sujeito tem de si e dos próprios atos (o que de fato ele é).

O Eu ideal é constituído por ideais que o sujeito escolhe para si, isto é, como a pessoa gostaria de ser. Existe uma relação dinâmica entre estas duas estruturas e, por isso, a finalidade da vida consiste em diminuir progressivamente a distância entre o Eu ideal e o Eu atual.

QUESTIONAMENTOS.
.Será que eu me conheço? Quem eu sou afinal?
.O que eu quero ser? Ou melhor, qual é o meu ideal de vida?
Com estas duas perguntas se delineia a vida de uma pessoa. Vamos usar um exemplo: Se um jovem tem como ideal ser um apresentador de televisão (Eu ideal), mas na realidade mal conversa com as pessoas, é tímido, quando lê em público sente as pernas tremerem e começa a gaguejar (Eu atual), deverá o mais cedo possível encontrar uma maneira para trabalhar o seu estado emocional, ou terá que deixar de sonhar com aquela profissão.
A pessoa é frustrada quando experimenta excessiva distância entre “o que é” e “o que gostaria de ser”, e, portanto, vive num estado de ansiedade.
A pessoa é madura quando consegue realizar na situação concreta os próprios ideais, quando consegue realizar o “eu ideal na situação real”. Neste caso, a pessoa conseguiu a verdade sobre si e colocou as bases para uma progressiva compreensão de si. Mas, para fazer isso, é necessário comprometer-se com valores objetivos.
Madre Teresa de Calcutá descobriu que, para alcançar a santidade (Ideal), era necessário amar os pobres entre os mais pobres. Ela se comprometeu a vida inteira vivendo o “amor concreto” entre os mais pobres e, dessa forma, tornou-se uma pessoa realizada.
Ser pessoa realizada significa comprometer-se “para sempre”.
Vivemos a fidelidade para pertencermos a Deus e para sermos plenamente nós mesmos. A pessoa fiel é aquela que entendeu que, quanto mais pertence a Deus, tanto mais encontrará a si mesma.
CONFUSÃO DE MOTIVAÇÕES
É comum, num grupo de vocacionados, fazer esta pergunta: “por que você gostaria de se tornar padre, freira ou leigo consagrado?”
As respostas não variam muito:
Quero servir aos outros...
Quero servir a Cristo...
Quero levar a Boa Nova para o mundo...
Quero doar a minha vida pelo Reino...
Depois de uns anos, se vocês reencontrarem as mesmas pessoas, depois da consagração, ou da ordenação, poderá descobrir que as motivações, muitas vezes subconscientes, eram outras.
Exemplos:

a procura de um status social;
uma segurança;
evitar o perigo;
sede de poder (tão denunciado por Jesus), controlar as pessoas, os acontecimentos;
sede de aplausos e sucesso;
direcionar os acontecimentos, liderança...
O fundamento da própria escolha e da própria vocação, neste caso, não é mais Deus, mas o próprio Eu. E assim, quando o consagrado enfrentar dificuldades no seu apostolado, suas motivações poderão entrar em crise.
Aqueles valores que no começo eram sustentados, perdem aos poucos a sua intensidade e aumenta o interesse por aquelas “recompensas psicológicas” que estes valores, de uma maneira ou de outra, asseguravam. A motivação essencial, do “por que” seguir a Cristo, se torna uma procura e uma defesa do próprio Eu, enquanto que o seguimento de Cristo se torna uma motivação secundária.
A tentação é fugir. O verdadeiro Deus dá medo porque sempre apela por aquelas motivações originárias que se perderam com o tempo. Então está na hora de lançar-me, não mais para aquele deus que era somente espelho de mim mesmo, mas para o Deus Vivo que me chama a realizar coisas impossíveis para mim, mas possíveis para Ele.
Vamos enfrentar juntos este desafio!

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