Para o estudante judeu Azril Ratz, fazer a prova do Enem – que será aplicada no próximo final de semana – será uma missão quase impossível. De acordo com as doutrinas que regem sua religião, aos sábados, ele não pode andar de carro, ônibus ou qualquer outro veículo, carregar objetos ou exercer qualquer outro tipo de atividade que não seja ficar em família e rezar.
Ratz é candidato ao curso de medicina e está prestando o vestibular para diversas universidades, entre elas, a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), onde o Enem é obrigatório para os vestibulandos.
Para fazer a prova ele teria que ir a pé do Jardim Paulistano, na zona oeste de São Paulo, até o centro, onde é o seu local de prova – um trajeto de cerca de 7 km de distância. Além disso, ele precisaria ainda ir ao local um dia antes para levar o material que vai usar na prova (caneta, lápis e documentos) e um lanche para poder se alimentar durante as sete horas em que vai aguardar o início da prova - para os religiosos, o Enem será aplicado após o sol se pôr, das 19h às
23h30.
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Os estudantes que não são sabatistas responderão a prova de sábado (5), que tem 4h30 de duração, no período normal, a partir das 13h. No domingo (6), todos os inscritos, religiosos ou não, farão o exame e a redação das 13h às 18h30 (horário de Brasília).
O estudante faz parte do grupo de alunos do Centro Educação de Religião Judaica que entrou com uma ação no TRF-3 (Tribunal Regional Federal da terceira região) que obrigava o MEC a marcar uma nova data para que judeus fizessem a prova. A decisão foi cassada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na semana passada.
Confiante de que a ação seria aceita pela Justiça, ele não entrou com o pedido no Inep – órgão do MEC (Ministério da Educação) responsável pelo Enem - para fazer a prova em horário especial.
- Eu estou num dilema entre fazer a prova à noite ou transgredir o Shabat e ir contra tudo o que aprendi. Para fazer isso, teria que discutir com meus pais, com o rabino da escola e ver como eu posso fazer. Mas não sei, acho que não conseguiria focar na prova. Ficaria pensando se é certo ou se é muito errado.
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