O presidente da Comissão de Direitos Infanto-Juvenis da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em São Paulo, Ricardo Cabezón, criticou o vídeo no qual aparece o bispo Guaracy Santos (foto), da Igreja Universal do Reino de Deus, incentivando um menino de 9 anos a vender seus brinquedos e doar o dinheiro à religião em “sacrifício” para que seus pais parem de brigar.
O rosto do menino aparece coberto por uma imagem opaca, mas, para Cabezón, esse recurso de edição não impede que ele seja identificado.
“A criança deve ser poupada. Se a própria mãe está numa situação de incapacitada, nas mãos de outra pessoa, não se pode pegar uma criança para que ela explique o que está se passando”, disse.
A mãe estava sendo submetida a uma sessão de exorcismo, na qual Santos envolveu o menino.
O vídeo foi reproduzido pelo blog do bispo Edir Macedo e ali centenas de fiéis elogiam o exemplo do menino. Procurado pela reportagem da Folha, o fundador da Universal não tinha se manifestado até ontem à noite.
“É uma situação de manipulação”, disse Roberta Densa, advogada que dá aulas sobre o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente. Para ela, Silva se aproveitou da condição “vulnerável” da criança.
João Santo Carcan, vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, disse que a Igreja Universal deveria ter encaminhado o menino a uma entidade pública de assistência social, até que se resolvessem as desavenças entre os seus pais, e não submetê-lo ao constrangimento.
“Ali tratam a criança como instrumento de receita”, afirmou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário