Pessoas que nascem abaixo do peso, mas desenvolvem obesidade durante a infância ou na vida adulta, têm maior rico de apresentar doenças cardiovasculares e também resistência à insulina, fator de risco para diabetes, diz um estudo feito por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo.
A pesquisa contou com a participação de 567 crianças, de seis a 12 anos de idade, da grande São Paulo. Os dados utilizados foram: peso dos voluntários ao nascer, antecedentes familiares para doenças cardiovasculares, estado nutricional, pressão arterial e perfil lipídico, de glicemia e de colesterol.
Os autores do estudo verificaram que cerca de 30% das crianças apresentavam alto grau de sobrepeso ou de obesidade, associados a fatores como aumento de pressão arterial e colesterol. Entre essas crianças, aquelas com peso mais baixo ao nascer apresentaram níveis ainda mais elevados de triglicérides, ácido úrico e de resistência à insulina se comparadas àquelas que já nasceram acima do peso.
Os cientistas observaram que os pequenos que nasceram com baixo peso e passaram a sofrer com obesidade na infância tinham níveis mais baixos de adiponectinas, um tipo de hormônio que protege contra diabetes do tipo 2 e doenças cardiovasculares.
Segundo os especialistas, o sobrepeso é perigoso de qualquer jeito, mesmo que ele seja desenvolvido na vida adulta, mas é especialmente mais perigoso quando afeta crianças que nasceram abaixo do peso.
Alimentação do bebê
Sabendo dos riscos da obesidade infantil, é preciso começar a proteger o seu filho desde cedo. Uma das maneiras é prestar atenção na transição entre o leite materno e os alimentos sólidos. Uma pesquisa realizada pelo Hospital Infantil de Boston, nos Estados Unidos, revelou que os bebês que têm comida sólida introduzida na alimentação antes dos quatro meses estão propensas a desenvolver obesidade. No entanto, isso só atinge crianças que nunca foram amamentadas no peito ou que tiveram a amamentação interrompida antes do quarto mês de idade.
Para realizar o estudo, os pesquisadores analisaram mais de 840 crianças que participaram do Project Viva, que acompanhava mães desde o momento do parto até os três anos de idade do bebê.
Os pesquisadores observaram que as crianças que começaram a comer comida antes dos quatro meses de idade tinham seis vezes mais chances de se tornarem obesas, quando atingissem o terceiro aniversário.
Saiba Mais
Os autores do estudo, por sua vez, disseram que não está claro o motivo pelo qual este grupo de crianças está mais propenso à obesidade. Contudo, eles declaram que mães que amamentaram os filhos com o leite materno puderam perceber que os seus bebês se sentiam mais saciados. Enquanto que as mamães que preferiam alimentá-los com comida ou papinhas não puderam afirmar o mesmo.
Os médicos afirmam que a questão faz com que os pais reflitam sobre os hábitos alimentares de sua família, como limitarem o consumo de fast-food das crianças. Ensinar os filhos a comer verduras e vegetais antes dos doces também é essencial.
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