Aprendendo com os desertos da vida!
Geograficamente o deserto é um lugar de difícil sobrevivência (inóspito, feras, temperaturas extremadas), por conta das suas características peculiares. Entretanto, do ponto-de-vista existencial, o deserto é um lugar necessário para a nossa sobrevivência espiritual. É no deserto que o povo de Deus sofre, mas é nele que o povo aprende a amar a Deus!
gostaria de citar algumas características dos desertos existenciais:
1- O deserto é uma experiência comum a todos nós. Até mesmo o Filho de Deus experimentou. Você e eu também experimentaremos os nossos desertos, pois ninguém fica sem um.
2- O Deserto não tem hora marcada. Isto é, ele pode aparecer a qualquer momento. Ele não vem coma aviso prévio. Pode, inclusive, aparecer após momentos de vitória e de experiências profundas com Deus! Foi assim com Jesus: após o batismo e todas as manifestações extraordinárias de Deus e do Espírito Santo, veio o deserto para Jesus.
3- O deserto é por tempo determinado. Pode parecer que não tem fim, mas é por tempo determinado. Mesmo porque Deus não permite que sejamos provados além das nossas forças.
4- Nosso deserto tem um propósito divino. Há um propósito no teu deserto. A provação vem para o nosso crescimento. O sofrimento vem para nos ensinar a sermos perseverantes. Como disse o apostolo Paulo aos Romanos: “a tribulação produz perseverança” (Rm 5:3 ).
O evento das águas amargas de Mara vem logo após a passagem pelo mar vermelho. O que respalda a nossa afirmação anterior, de que o deserto é imprevisível. Depois de grande euforia vem o deserto das águas amargas.
As águas amargas de Mara traziam no seu bojo doloridas recordações do Egito, a saber: quando Deus transformou a água em sangue. Assim, a impossibilidade do uso da água já fora realidade no Egito o que causava grandes sofrimentos: psicológicos e físicos, principalmente.
Todavia, Deus sabia o que estava fazendo. Mara não era um erro de trajetória, não era punição de Deus, Mara era momento de tratamento. O deserto existencial é hospital e universidade de Deus para nós. É Nele que Deus nos trata e nos ensina.
O que podemos aprender com essa experiência do povo de Israel:
I- É nos desertos da vida, o lugar que Deus nos cura.
No Egito Deus fere a água (Ex. 7:25 ), aqui Ele cura as águas. O Egito foi para o povo de Israel lugar de morte e de sofrimento, mas o deserto deveria ser lugar de cura.
1.1 Deus queria retirar o Egito do povo.
O povo já havia saído do Egito, mas existencialmente o Egito estava dentro deles. Na teologia de Paulo, encontramos a expressão “despojai-vos”, que nos remete ao entendimento deste processo de santificação que devemos corajosamente abraçar. Devemos retirar do nosso corpo as roupas do Egito: prostituição, impureza, mentiras, contendas, dissensões, facções…
1.2 Deus queria curar o povo do mal da projeção.
O povo murmura contra Moises. Quando o seu deserto chegar não acuse ninguém. Assuma a responsabilidade. Como diz o profeta Jeremias: “Do que se queixa o homem vivente, queixe-se cada um dos seus próprios pecados”.
1.3 Deus queria curar o povo do pecado da ingratidão.
Bastou as águas de Mara para o povo esquecer o milagre da passagem pelo mar vermelho. Três dias foram suficientes para o povo esquecer o que Deus havia feito. Espata-me como esquecemos rapidamente o que Deus já fez por nós. Deste modo, basta um novo deserto, uma nova dificuldade, para esquecermos o livramento que Deus nos proporcionou no deserto de ontem. O povo de Deus sofre da síndrome de Goodfield, ou seja, não conseguimos armazenar experiências recentes. Exemplo: Filme “Como se fosse a primeira vez”.
No Salmo 103:2 encontramos a seguinte oração: “Bendize ó minha alma ao Senhor, e não te esqueças de nenhum dos seus benefícios”. O salmista estava falando consigo mesmo. Exortando o seu próprio ser à não se esquecer da bondade de Deus.
II- É nos desertos da vida, o lugar que Deus nos dá responsabilidades.
O Deus que cura só pode ser vivenciado quando as condições de obediência são atendidas. Deste modo, a vida cristã é mais do que milagres, antes, fundamentalmente, é vida de obediência.
Não podemos nos esquecer de que as bênçãos de Deus não se recebe por decreto (positivismo filosófico), mas por obediência e disciplina.
Não fundamente a sua fé em milagres. Milagre é crer em Deus quando o milagre não vem.
O apostolo Paulo escrevendo aos irmãos filipenses, declarou: “E achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz”. A obediência de Jesus ao projeto do pai foi integra e porque não dizer, radical.
No versículo 25 Deus exige compromisso do povo, pois em função da “murmuração” quem quiser seguir a caminhada tem a responsabilidade de comprometer-se com Deus.
O murmurador é alguém que não ouve. O murmurador só fala, só acusa, só vê erros. Nesta perspectiva, o murmurador não consegue ouvir a voz de Deus. Quando ouvimos a voz de Deus percebemos que o deserto é um privilégio dos que saíram do Egito.
III- É nos desertos da vida o lugar que Deus provê abundantemente.
O texto inicia com a falta e termina com abundância. Confirmando assim, que quando somos comprometidos com Deus em nossa caminhada de fé, mesmo que haja dificuldades, Deus sempre estará presente para nos abençoar.
Nos desertos percebemos que é nos grandes momentos de necessidade que Deus atende o seu povo em sofrimento, evidenciando o seu cuidado. Pois aonde Deus está pode haver dificuldades, mas nunca existirá padecimento.
No deserto ficamos na posição de dependência de Deus, e esse é o melhor lugar para se estar. No deserto aprendemos que o Deus que prova é o mesmo que provê. No deserto aprendemos que vida no seu sentido mais pleno é se alimentar de Deus! Como disse Jesus a satanás: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”.
Finalizo esta reflexão mencionando sinteticamente as lições basilares dos desertos da vida:
1- Deus quer te aperfeiçoar.
2- Deus quer que você tenha uma melhor percepção da presença dele em sua vida.
3- DEUS SÓ POÊ A PROVA, A QUEM ELE QUER APROVAR.
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