Segundo Vargens, a concepção popular a respeito das funções de pastor são distorcidas e remetem à escravidão: “Lamentavelmente alguns dos evangélicos querem um escravo e não um pastor. Mesmo porque, este tipo de gente acredita que o pastor tem que trabalhar o tempo todo sem direito a descanso, feriados ou lazer. Para os “workaholics” da fé, o pastor deve gastar todo o seu vigor visitando velhinhas ao final da tarde, paparicando marmanjos esquizofrênicos, além é claro de esmerar-se cotidianamente a resolver os problemas dos outros”.
-Esses hipócritas não vivem sem descanso, mas acham um absurdo com que os pastores dediquem parte do seu tempo as suas esposas e filhos num justo e merecido período de férias – crítica o pastor.
Os danos colaterais de uma dedicação desmedida ao ministério são fatos destacados pelo pastor Renato Vargens em seu texto: “Infelizmente em virtude da pressão dessa corja religiosa não são poucos os pastores que perderam seus casamentos e filhos. O número de adolescentes desviados é assustador! Eu tenho um amigo pastor que perdeu o filho para o álcool, simplesmente pelo fato de ter dedicado todo o seu tempo a igreja, abandonando na esquina do esquecimento a família”.
Alguns estudos a respeito do desgaste sofrido por pastores foram realizados e identificaram razões que motivaram líderes a abandonarem seus ministérios. Uma pesquisa realizada pelos institutos Fuller, George Barna e Pastoral Care nos Estados Unidos descobriu que 45,5% dos pastores que participaram do estudo alegaram estarem deprimidos. O jornalista Marcelo Brasileiro publicou na revista Cristianismo Hoje, dados de outro estudo, que aponta que aproximadamente 1,5 mil pastores abandonem o ministério todos os meses devido aos efeitos colaterais da função.
Renato Vargens ressalta em seu texto que uma mudança de cultura é necessária para preservar os ministros: “O que adianta o homem ganhar o mundo e perder os de sua casa? Lamento lhe informar que se você é daqueles que pensa que o pastor não deve tirar férias precisa urgentemente rever seus valores”.
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