Uso de Drogas e Violência na Adolescência
É fato que as drogas estão, há muito, presentes na macro e micro sociedade, fazendo vítimas num número quase que incontável, preocupando e assustando as autoridades pelo fato de que os usuários adentram neste mundo cada vez mais cedo. A séria relação entre consumo de drogas e agressividade tornou-se foco de vários estudos e pesquisas e embora o tema seja vasto, ainda não se alcançou definitiva conclusão sobre o assunto. O presente trabalho pretende então expor pontos observados em estudo sobre a “O Uso de Drogas e a Violência na Adolescência”, apresentando definições e características marcantes desta complexa fase do desenvolvimento humano, relacionando com a temática em foco. Este trabalho foi desenvolvido pela equipe de graduandos no 5º período do curso de Psicologia pela Faculdade Pitágoras, e apresentado aos alunos durante o Seminário da Adolescência, sob a orientação da Professora Mestre Ana Carolina Zeferino, que leciona a disciplina de Psicologia do Desenvolvimento na referida instituição.Palavras-Chave: adolescência, desenvolvimento humano, família, sociedade, uso de drogas, violência.
INTRODUÇÃO
O presente relatório constitui documento formal da Disciplina Psicologia do Desenvolvimento – Adolescência, do curso de Psicologia da Faculdade Pitágoras do Vale do Aço, cujo objetivo é apresentar abordagens teóricas e análise da adolescência, situações e desafios nos dias atuais, focando em especial, a temática “drogas e violência na fase da adolescência”.Este trabalho é altamente relevante, pois surge como grande oportunidade neste processo de formação acadêmica, fortalecendo a convicção quanto a profissão escolhida, facultando a ampliação do conhecimento adquirido acerca da temática pesquisada para futura utilização já como profissional desta área das Ciências Humanas.
A adolescência para ser melhor compreendida precisa ser analisada sob tríplice aspecto a saber: biológico, social e psicológico. É um período de intensas transformações experienciadas pelo ser humano neste processo de desenvolvimento, de amadurecimento. E cada indivíduo vive esta fase de uma forma que lhe é própria, embora algumas mudanças sejam universais como a menarca, nas meninas e a ejaculação, nos meninos. Como se não bastassem as mudanças inevitáveis no campo fisiológico, mudanças igualmente sérias ocorrem em outros setores de sua vida e a forma como vivencia cada experiência define determinados comportamentos que vão do que se é esperado dentro do padrão de normalidade, até os inadequados que revelam transtornos de conduta, provocando desconforto geral no trato familiar e com a sociedade.
Muitas características e desafios surgem no percurso desta fase, exigindo do adolescente algumas decisões que refletirão no seu estilo de vida, na relação sociocultural. Um difícil processo que objetiva fazer com que o jovem saiba quem é na verdade, qual seu papel no meio social em que se encontra inserido; é rever todo aprendizado para formular sua identidade, sua personalidade.
Conceituando a Adolescência
Segundo Housaiss (2001), a palavra adolescência tem origem no verbo latim adolescere, que significa crescer, ou crescer até a maturidade, resultando em transformações de ordem social, psicológica e fisiológica.A OMS – Organização Mundial da Saúde, define a adolescência como período que vai, precisamente dos 10 anos aos 19 anos, 11meses e 29 dias (Friedman, 1985).
Adolescência é enfim, uma fase de preparação para a vida adulta, envolta em períodos alternados de certezas e incertezas, de turbulências, prazer e dor, conflitos e construções, formulação e reformulação de conceitos até que se conquiste a própria identidade.
Características da Fase
Até que se estabeleça a identidade pessoal, o jovem apresenta comportamentos tão diversos que não raras vezes são confundidos com transtornos mentais. A grande questão é entender os limites entre o “normal” e o “psicopatológico”. O conhecimento das características da personalidade e conduta ajuda a identificar melhor a fronteira entre um e outro.Para este estudo foram selecionadas algumas das características baseadas na descrição de Maurício Knobel (1991), para uma adolescência normal:
- Busca de si mesmo e da identidade
- Tendência grupal
- Necessidade de intelectualizar e fantasiar
- Crises religiosas (questionamentos)
- Deslocalização temporal (Vivência do tempo)
- Evolução sexual manifesta
- Atividade social reivindicatória
- Contradições sucessivas em todas as manifestações da conduta
- Separação progressiva dos pais
- Constantes flutuações do humor e do estado de ânimo
A palavra crise vem do grego krisis que significa decidir, escolher; é então uma fase de muitas escolhas e definições provocando grandes confusões e perca de referências em algumas situações.
A formação da identidade do adolescente engloba uma série de fatores como a imagem que ele próprio faz de si, a escolha da profissão, a orientação sexual, valores morais e os compromissos sociais.
Família e o Adolescente
Outro fator que merece destaque é a separação progressiva dos pais que começa com a rejeição do que antes era valorizado, e talvez este seja para os pais o ponto culminante gerador de grandes conflitos e tensões, pois é difícil para os pais entender que a rebeldia tem significado importante e que também está dentro do padrão considerado “normal” vivenciado pelos jovens nesta busca incessante do seu próprio Eu, o que não significa que os eles, os pais, devam ser omissos e permissivos quando se perceba a ultrapassagem de limites.O papel da família é proporcionar autonomia para o jovem experimentar outros papéis, desenvolvendo condições de tomar suas próprias decisões, de se tornar independente e responder por esta independência. A chave para o sucesso então é a flexibilidade, não sendo tão radical e nem tão permissivo. Muitos questionamentos e críticas surgirão por parte dos filhos ou dos pais, tornando tensa a relação familiar, mas o importante é que se ofereça ao jovem uma base estrutural fortalecida na certeza da existência de laços afetivos concretos.
O jovem então se desvencilha naturalmente dos laços da família na tentativa de criar laços sociais e neste momento ocorre o encontro e formação de grupos que expressem necessidades semelhantes, onde possam se expressar livremente; é a busca pela independência, pela autonomia. A família presente e estruturada afetivamente serve como preventivo contra a ligação dos jovens com as chamadas “más companhias”.
Por que os adolescentes usam drogas?
Vários são as hipóteses para este questionamento, não há um motivo isolado, determinante. Alguns estudos apontam que esse período em que o jovem começa a definir amizades acaba tornando-se mais facilmente manipulável, pelos grupos ou pela mídia e então, há forte risco de contato com substâncias químicas, drogas lícitas ou ilícitas; os grupos costumam pressionar o jovem para aceitar iniciar o consumo no intuito de que “seja um dos seus”. Muitos crêem erroneamente que seu uso oferecerá algum tipo de status no meio de convivência.A mídia fortalece bem esta idéia ao apresentar de forma glamorosa as campanhas publicitárias explícitas ou subliminares sobre o consumo destas substâncias. O acesso fácil, aliado à curiosidade são algumas das explicações para esse fato.
Mas o ponto mais importante seria a ausência da estrutura familiar. Se a criança cresce num ambiente emocionalmente estruturado, mesmo que ocorram os conflitos característicos da fase de transição, as amizades não oferecerão tantos riscos. Ao contrário, na inexistência de vínculo afetivo, ambiente familiar problemático onde a falta de interesse por parte dos pais é explicitamente sentida pelo jovem, aí então, fragilizado, este corre grande risco de se envolver com drogas para aplacar o sentimento de inferioridade, de desamor, de descuido.
O uso de drogas é para muitos, uma forma de denunciar o abandono, a necessidade de mudanças. É a válvula de escape para suas frustrações.
Atualmente torna-se cada vez mais fácil a obtenção de drogas em qualquer idade. Maconha, cigarro e álcool são as mais utilizadas, embora o crack também esteja agora também fazendo parte deste contexto, sendo inclusive, misturado à maconha para que a dependência ocorra mais rapidamente.
As drogas modificam as funções cerebrais, atenuando o sofrimento psíquico e proporcionando certo prazer e são essas sensações que os usuários buscam a cada novo contato. Mas os resultados destas “viagens” vão mais além do perceptível; o consumo constante prejudica o funcionamento neuronal, modificando o desempenho das funções cerebrais e aos poucos os sinais do desgaste provocado deliberadamente passam a ser percebidos de forma mais evidentes.
Portanto, no intuito de atenuar problemas específicos como insegurança, stress, baixa auto estima, sentimentos de rejeição e outras dificuldades, o jovem percorre este difícil caminho para o vício.
A violência
A violência é um efeito de toda causa acima citada e isso não coloca o ponto final nas hipóteses, mas o dependente químico torna-se grande causador de acidentes, suicídios e assassinatos.Nunca se viu uma onda tão forte de criminalidade como na juventude de agora. Tudo e nada passam a ser motivos sérios para provocações que tendem a culminar em dolorosas tragédias.
A convivência fica praticamente impossível até mesmo dentro dos próprios núcleos familiares e aí então é momento de pedir ajuda...
O tratamento
A família de forma geral é acolhida nos programas de reabilitação, uma vez que em seu seio está toda fonte geradora do problema que se vivencia.Tratar então da família é tratar do dependente químico. E o hoje são muitos os grupos de apoios e clínicas especializadas neste processo de reabilitação social.
Programas preventivos são criados como forma de esclarecer crianças e adolescentes quanto ao risco camuflado no mundo das drogas.
O PROERD, Programa Educacional de Resistência às Drogas, é a versão brasileira do programa surgido em 1983 nos Estados Unidos. O programa consiste numa ação conjunta entre o Policial Militar, Escola e Família, no sentido de prevenir e reduzir o consumo de substâncias lícitas e/ou ilícitas.
No Vale do Aço, em Ipatinga – MG, a gestora do projeto neste ano de 2008 é a Sargento Monica Oliveira do 14º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais. O policial capacitado para exercício da orientação educacional lida com crianças da 4ª e 6ª séries, além da família e escola. O manual oferecido ao aluno é estudado semanalmente, são 9 lições, portanto, 9 semanas de ação conjunta em prol da saúde da família, conforme narrou a Sargento Mônica, convidada para participação especial no Seminário da Adolescência.
Esta equipe conheceu também o grupo de apoio AMOR EXIGENTE, coordenado, aqui em Ipatinga, por Maria da Conceição, adepta a quase vinte anos, e que também nos honrou com a visita ao Seminário da Adolescência.
O AMOR EXIGENTE, segundo Maria da Conceição, surgiu nos Estados Unidos na década de 70, como um movimento liderado por um pai que viu suas três filhas envolvidas no mundo das drogas. O grupo de ação foi aos poucos ganhando apoio de outros pais que se identificavam com o programa.
O grupo de apoio realiza seu trabalho baseado em princípios básicos, fundamentados em princípios éticos e visam ajudar a família já machucada pelo comportamento doentio de algum dos seus membros.
CONCLUSÃO
A adolescência é um período muito complexo pelo qual cada indivíduo passa de forma diferenciada, embora algumas mudanças sejam universais. O período de transição pode ser sentido de forma educativa promovendo o fortalecimento dos laços afetivos quando a família possui certa estrutura emocional a ser oferecida ao seu jovem; porém quando a família apresenta-se desestruturada, os vínculos, já fragilizados, rompem-se facilmente proporcionando possibilidades de internalização de traumas que poderão servir como desculpas para ligação com grupos de conduta questionável, inadequada e a entrada no mundo das drogas ganha maior campo.Vive-se hoje numa sociedade onde o ter é extremamente valorizado, impelindo consumismo exagerado. O grupo não deixa de exercer influência no comportamento do jovem, sendo esta pressão maior ou menor, conforme valores internalizados por ele. Muitos sucumbem à pressão recebida e por influência destes, abaixa a guarda e se permite viver perigosas experiências, como por exemplo, conhecer o mundo das substâncias químicas que alteram o funcionamento neuronal, tudo isso em busca do preenchimento do vácuo existente em si mesmos.
O consumo de drogas é um dos maiores problemas sociais e culturais do nosso tempo, não se pode olvidar desta verdade. E dentre os fatores que facilitam sua ligação estão as questões genéticas, familiar, de valores e crenças sociais. Lidar com conflitos e frustrações num período tão delicado como a adolescência é uma difícil tarefa a ser desempenhada.
Atualmente vários programas preventivos/educativos e comportamentais, surgem para ajudar a sociedade a compreender como lidar com esta problemática. Auxiliam também a família que já conhece esta dura realidade que é ter um ente em contato com o vício.
Conclui-se, portanto, que a família desempenha papel crucial como base da macro sociedade e dessa responsabilidade não pode se esquivar, para que não veja comprometida o seu próprio núcleo familiar. Influenciamos e somos influenciados a todo instante por nossas atitudes, ações ou omissões. Nossas ações precisam refletir maior equilíbrio, valorizando a ética e a moral no seio familiar para que seus membros vivencie tais valores porta à fora do lar que os acolhe.
Drogas e violência
O tráfico e o consumo de drogas, que são interdependentes, estão entre os mais graves problemas contemporâneos, sob qualquer aspecto que se encare. Ou seja, tanto do ponto de vista policial, quanto do familiar, social, sanitário, comportamental e até mesmo filosófico, são males que devem merecer combate constante, permanente e incansável, e de toda a sociedade. Ninguém pode ficar de fora dessa cruzada.
Trata-se de uma praga, de um flagelo, de um mal que se espalha com enorme rapidez pelo mundo, atingindo, indistintamente, tanto países ricos e poderosos (como os Estados Unidos e a potências da Europa Ocidental), quanto as mais miseráveis e carentes comunidades nacionais do Planeta, que não têm dinheiro sequer para o atendimento das necessidades essenciais à vida, como alimentação, saúde e saneamento básico. Expande-se, dia a dia, apesar dos volumosos recursos despendidos para coibir seu avanço (que ensejam, por sinal, muita corrupção) e de todos os esforços (repressivos e profiláticos) que se fazem para o seu combate. Certamente a estratégia adotada não é a adequada.
Esta, porém, é uma luta que não podemos perder. Mas que, infelizmente, até aqui, estamos perdendo! E nem é preciso dizer o por quê. Vencê-la é um enorme desafio, não somente para o aparato de segurança do Estado, encarregado de barrar a ação dos traficantes, cada vez mais numerosos e ousados, mas de todas as entidades que compõem a sociedade, como a família, as igrejas, as organizações humanitárias e as pessoas inteligentes e de boa vontade, que sabem da importância da solidariedade na convivência (pelo menos civilizada) entre os diversos grupos, de graus culturais e sociais dos mais diversos. É uma responsabilidade geral, de todos, de maneira indistinta, e que não admite omissões. Busca-se, somente, combater o narcotráfico e suas seqüelas apenas apelando-se para a repressão, quando o fundamental seria aliá-la à educação, baseada em eficaz informação.
Destaque-se que ninguém está livre de ser atingido, de uma forma ou de outra, por este problema, que angustia milhões de lares no mundo. O aumento da violência urbana em nosso país, por exemplo, está diretamente relacionado à expansão do narcotráfico, que hoje domina importantes regiões, urbanas e rurais do País (como o "Polígono da Maconha", em Pernambuco), promovendo, ou financiando, ou inspirando assaltos, que se multiplicam, mormente nas grandes cidades, pondo em risco a nossa segurança pessoal e a do nosso patrimônio. Não existe o traficante "bonzinho", embora muitos deles tentem se passar por filantropos e supram (até certo ponto), em comunidades extremamente carentes, como as favelas do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Campinas, de Belo Horizonte etc., o papel social que deveria ser desempenhado pelo Estado, mas que este não vem desempenhando.
E se as vendas de drogas estão aumentando, é porque, logicamente, há um número crescente de consumidores. É a inflexível lei da oferta e da procura em ação. Raras são as pessoas, por exemplo, que ainda não passaram pelos riscos e dissabores de serem assaltadas: em suas casas, nas ruas, nos estabelecimentos comerciais, nos bancos, nos ônibus e em qualquer outra parte. Boa parte desses assaltos, destaque-se, é praticada por viciados, que buscam, mediante o crime, obter recursos para sustentar esse caro e destrutivo vício. As drogas, portanto, têm contribuído, sob todas as formas, para tornar nossa vida tensa, insegura e cada vez mais complicada (e menos valorizada).
Por outro lado, seria infantilidade afirmar que, embora não venhamos a nos viciar, não estejamos sujeitos a ter nenhum parente (filho, irmão, neto ou sobrinho, não importa) viciado. Por melhor que seja nossa estrutura familiar e a educação que proporcionemos aos que dependem de nós; por mais unidos que sejamos na família, nunca estaremos livres por completo desse perigo. Não podemos afrouxar e nem abrir a guarda jamais. É preciso permanente, constante e sábia vigilância sobre os nossos filhos. E, sobretudo, é necessário o diálogo. Muito, e incansável, diálogo: franco, amigo, direto e sincero.
O assédio dos narcotraficantes, principalmente aos jovens, ocorre cada vez com maior freqüência e ousadia em todos os lugares que eles freqüentam: nas escolas, nos clubes, nos bares, nas boates etc.. E, na maioria dos casos, os pais somente descobrem que os filhos estão viciados quando já é tarde para evitar. Crianças de apenas oito anos de idade estão sendo cada vez mais assediadas e acabam, fatalmente, por se viciar, sem que ninguém sequer desconfie.
Contraído o vício, começa, para o infeliz que deu esse mau passo (e para a sua família), a dura, a tensa, a dramática e nem sempre bem-sucedida luta para se livrar da droga. Trata-se de um processo sofrido, penoso, traumático e que requer muita, muitíssima, extrema força de vontade do viciado para dar certo. Quem já tentou parar de fumar sabe o quanto é dolorosa a chamada "síndrome de abstinência". No caso das drogas proibidas, como a maconha, o crack, a cocaína, a morfina, a heroína etc.etc.etc., o sofrimento é mil vezes (ou mais) pior! E o índice de sucesso, infelizmente, é extremamente baixo. E, ainda assim, ocorrem inúmeros casos de recaída.
O aliciamento ao vício sofistica-se, explorando, sobretudo, os pontos fracos das crianças e dos adolescentes, vulneráveis à experimentação que os irá viciar com enorme rapidez. Ele se dá, sobretudo, com a exploração da curiosidade, da rebeldia e do desejo dos jovens de mostrar independência em relação aos mais velhos, com o que se tornam, paradoxalmente, não apenas dependentes, mas escravos dos narcóticos e dos narcotraficantes. O chamado “formador de opinião” (se é que alguém, de fato, forme opiniões), ou seja, o jornalista, principalmente aquele que dispõe de uma coluna diária, semanal ou mensal (não importa), tem importante papel a cumprir, nesse aspecto que, a bem da verdade, não vem cumprindo (não, pelo menos, com a constância e a eficiência necessárias). Afinal, jornalismo não se restringe somente, como muitos parecem pensar, à política, à economia, aos esportes e às variedades...
A dimensão da violência no mundo das crianças e dos jovens |
Um dito
ou frase que se repete exaustivamente em um povoado, localidade ou num
município qualquer, se transforma em um "chavão", e quando pensamos em
escola e na sociedade com suas mazelas ou virtudes, temos que reconhecer
a veracidade da afirmativa de que "a escola reproduz a sociedade a qual
serve".
Com a intencionalidade de fazer uma
reflexão sobre a violência que está dentro da escola, mas sem tirar o
olhar do que acontece na sociedade como um todo, analisemos os riscos e
perigos a que estão expostos os estudantes.
Quando no seu artigo 5º, o Estatuto da
Criança e do Adolescente – ECA, afirma que: Nenhuma criança ou
adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei
qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
Caracteriza de forma muito clara a necessidade de proteção, amparo e
acompanhamento a que tanto a criança quanto o o adolescente requerem
nessa fase do seu desenvolvimento.
E no ambiente escolar esses cuidados
devem ser uma rotina daqueles responsáveis pela criação de um espaço
estruturado e devidamente organizado para a prática pedagógica
consequente, mas na nossa realidade diária, será que encontramos esse
nível de compromisso? A resposta que nos vem à mente com certeza é
negativa, a começar pelo grau de comprometimento dos gestores
municipais, estaduais ou federal com a educação, exemplificados em
Pernambuco pelo investimento irrisório feito mensalmente por aluno da
educação básica de 04 a 17 anos de apenas R$ 179,75, pela taxa de
abandono nos ensinos fundamental e médio em 2010 de 21% e de reprovação
no mesmo ano nos ensinos fundamental e médio de 32,5% e um percentual de
apenas de 40,8% de conclusão de jovens de 19 anos no ensino médio, nos
dá também a dimensão de outra violência: a que não cria oportunidades
concretas para todos. Como conceituada por Azevedo e Guerra no Guia
Escolar da Secretaria Especial dos Direitos Humanos do Ministério da
Educação quando diz que violência é: "todo ato ou omissão praticado por
pais, parentes ou responsáveis contra criança e ou adolescente que,
sendo capaz de causar à vítima dor ou dano de natureza física, sexual
e/ou psicológica, implica, de um lado, uma transgressão do poder/dever
de proteção do adulto. De outro, leva a coisificação da infância, isto
é, a uma negação do direito que crianças e adolescentes têm de serem
tratados como sujeitos e pessoas em condição peculiar de
desenvolvimento".
Aliado a esses percentuais negativos
dados de 2011 revelam que Pernambuco ocupa em termos percentuais de
primeiro lugar no ranking de Jovem infrator, ficando na frente de São
Paulo que tem quatro vezes mais da população jovem e de Minas Gerais que
tem o dobro da população de jovens que tem Pernambuco. Ou seja, São
Paulo possui uma população de jovens entre 12 a 18 anos de 6,6 milhões e
6.506 jovens infratores; Minas Gerais detém uma população de jovens de
3,2 milhões e de 1.172 jovens infratores, já Pernambuco tem 1.6 milhões
de jovens nessa faixa de idade, sendo 1.647 jovens infratores.
"No ano de 2009 foi lançado pela
Secretaria de Direitos Humanos, o UNICEF, o Observatório de Favelas e o
Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (LAV-Uerj) o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) que tem a
prerrogativa de estimar o risco que adolescentes, com idade entre 12 e
18 anos, têm de perder a vida por causa da violência. Além disso, o
estudo também avalia fatores que podem ampliar esse risco, como raça e
gênero, além da idade e meio (arma de fogo). A expectativa é de que o
IHA seja um instrumento que contribua para monitorar esse fenômeno e,
também, para a avaliação de políticas públicas, tanto locais quanto
estaduais e federais.
"O IHA expressa, para um universo de mil
pessoas, o número de adolescentes que, tendo chegado à idade de 12
anos, não alcançará os 19 anos, porque será vítima de homicídio. Por
outro lado, estima o número de homicídios que se pode esperar ao longo
de sete anos (entre os 12 e os 18 anos) se as condições não mudarem.
Hoje, os homicídios representam 45% das causas de morte dos cidadãos
brasileiros dessa faixa etária. A maioria dos homicídios – seis, em cada
sete – é cometida com arma de fogo. A probabilidade de ser vítima de
homicídio é 12 vezes superior para os adolescentes (sexo masculino), em
comparação com as adolescentes (sexo feminino), e quase quatro vezes
mais alta para os negros em comparação com os brancos".
Abaixo transcrevemos a tabela que ilustra muito bem a situação:Tabela 1. Municípios ordenados de acordo com IHA 2007 20 municípios com mais de 200.000 habitantes com maiores valores no IHA
A tabela acima revela uma situação nada
confortável para o estado de Pernambuco, pois se observarmos bem, ele
aparece nada mais nada menos que quatro vezes na tabela com os
municípios de Olinda, Recife, Paulista e Jaboatão dos Guararapes dentre
os vinte com maiores IHA do país. O que caracteriza a região
metropolitana onde se mata mais jovens no Brasil.
É possível concluir que os vultosos
investimentos feitos no estado e o crescente ao aumento do Produto
Interno Bruto – PIB, não estão revertendo de forma favorável à população
mais jovem do nosso estado corroborando também o fraco desempenho
escolar, fruto de políticas de ensino equivocadas.
Sem deixa de cumprir o seu papel, a
escola, por ser instituição que ocupa lugar privilegiado na rede de
atenção à criança e ao adolescente, deve assumir papel de protagonista
na prevenção da violência contra crianças e adolescentes. O primeiro
passo é fornecer subsídios para ajudar a escola a informar a comunidade
escolar sobre a realidade da violência contra crianças e adolescentes.
Os números falam melhor que qualquer discurso: os jovens em Pernambuco
estão sem opções, as escolas e sua educação não mostra perspectivas de
um futuro promissor, levando uma geração a buscar nas drogas e no crime o
que a escola e a família lhes deveriam proporcionar.
Referências:Azevedo, M. A. & Guerra, V. N. A. Violência de pais contra filhos: A tragédia revisitada. São Paulo: Cortez, 1998. Estatuto da Criança e Adolescente – lei 8069/13/07/1990. Ministério Público do RS – Conselhos Tutelares: Alguns Aspectos (ainda) Controvertidos. Guia Escolar. Secretaria dos Direitos Humanos e Ministério da Educação – 2004. Guia Municipal de Prevenção da Violência Letal contra Adolescentes e Jovens. Secretaria dos Direitos Humanos – UNICEF. Programa Prefeito Amigo da Criança, Conselho Tutelar – Guia para Ação Passo a Passo. Fundação Abrinq. Relatório Progresso para a Criança. Fundo das Nações Unidas para a Criança – UNICEF, 2012. Escalada de violência entre Gaza e IsraelAmbulâncias precipitaram-se para o local da deflagração de duas explosões que abalaram a Faixa de Gaza esta manhã, pouco depois de tropas israelitas terem abatido um ativista na região. Nas últimas horas mais de 30 morteiros foram disparados sobre o sul de Israel a partir de Gaza. Na resposta israelita, morreram pelo menos três palestinianos.Fontes das forças de segurança do Hamas, que controla Gaza desde 2007, afirmaram sob anonimato que receberam ordens para evacuar as suas bases, com receio da retaliação israelita à série de ataques palestinianos.Um dos morteiros atingiu uma casa em Israel, segundo a Radio do Exército, mas ninguém ficou ferido. Estilhaços de outros morteiros feriram três pessoas, de acordo com os paramédicos israelitas.A violência fronteiriça escalou depois da explosão de uma bomba ter ferido com gravidade um oficial de uma patrulha israelita, terça-feira. O Hamas e o Comité da Resistência Popular emitiram um comunicado conjunto a reivindicar a autoria do ataque bombista. Em resposta aos ataques com morteiros, iniciados na noite de terça-feira, aparelhos aéreos israelitas dispararam duas vezes sobre Gaza nas últimas horas. O primeiro atingiu o Campo de Refugiados de Jabaliya, matando três militantes do Hamas e ferindo mais três. Um segundo disparo israelita sobre Rafah matou pelo menos mais um militante do Comité da Resistência Popular, a quem está a ser atribuído o ataque contra Israel. Habitantes da aldeia palestiniana de Khouzai afirmam ainda que uma mesquita foi atingida pela segunda vez em poucas semanas.Emir do Qatar apoia Hamas Os confrontos agravaram-se horas depois da visita à Faixa de Gaza do Emir do Qatar, o sheik Hamad ben Khalifa al-Thani, a primeira a quebrar o isolamento internacional do Hamas e criticada tanto por Israel como pela OLP, a rival palestiniana do Hamas, que domina a Cisjordânia e é apoiada pelo Ocidente. O sheik al-Thani apelou à reunião da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, considerando que a divisão entre o Hamas e a OLP é o que mais prejudica a causa palestiniana e, por extensão, todos os árabes. "É tempo de virar a página na divisão palestiniana, de abrir um novo capítulo de reconciliação e consenso", afirmou al-Thani. O Emir anunciou a entrega de quase 300 milhões de euros em auxílio ao Hamas e colocou a primeira pedra num novo bairro para famílias palestinianas, num reconhecimento político sem precedentes ao grupo palestiniano de Gaza. A OLP denunciou a visita do Emir, apelando os outros líderes árabes a não apoiarem "uma entidade separatista na Faixa de Gaza, que serve fundamentalmente os interesses de Israel". |
Renee Elliott Murdoch, 44, que sofreu traumatismo craniano depois de ser atingida na cabeça por um morador de rua, saiu da UTI e está se comunicando, segundo seu marido informou neste domingo.
- (Foto: Rede Fonte)
Renee, que é pastora da igreja interdenominacional Luz às Nações, no Rio de Janeiro. foi movida para a Unidade de Terapia Semi-Intensiva e dorme cerca de 20 horas por dia.
"Hoje, em resposta à nossa oração, a Renee está se comunicando muito, ela está dormindo menos e acordada muito (sic). Temos que continuar. Mas Deus com certeza vai responder as nossas orações", informou o seu marido Philip Murdoch, que também é pastor da igreja, através de vídeos de atualizações sobre o estado de saúde de sua esposa postados em sua conta no Twitter.
O hospital Copa D'Or, em Copacabana, onde ela está internada, também informou que ela não está mais sedada, respira se o auxílio de aparelhos e “apresenta sinais de melhora neurológica”. Ainda não há previsão de alta.
A pastora corria na ciclovia na Praia da Barra da Tijuca, no dia 26 de outubro quando Alexandre Luis de Oliveira Francesco, de 38 anos a atacou com uma barra de ferro.
De acordo com informações da mídia, Alexandre estava depredando um quiosque e agrediu a americana que passava por ali. Ele foi levado à delegacia e autuado por tentativa de homicídio.
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Cristão morre em um calabouço na Eritréia
O moço era muçulmano, da cidade de Tesenai. Há dois anos, após sua conversão ao cristianismo, tornou-se conhecido pela polícia da Eritréia. Por essa razão, Mohammed foi preso e levado para o acampamento militar Aderset.
- (Foto: Portas Abertas)
"Ele sofreu dura punição militar e enfrentou inúmeras ameaças de morte para renunciar sua crença. Mas ele enfrentou a morte com coragem e foi para o seio do seu Salvador, Jesus Cristo, em quem ele estava seguro para a vida eterna. Que a sua alma descanse eternamente!”, declarou o informante, que não pode ser identificado por questões de segurança.
Secretamente, autoridades militares o enterraram fora do acampamento. Não se sabe quantos membros da família ele deixou.
Colaboradores da Portas Abertas estimam que cerca de 100 cristãos estão presos, atualmente, no acampamento militar Aderset, por causa de sua fé. O campo está localizado na parte ocidental da Eritreia.
Atentado contra igreja deixa pelo menos sete mortos e 100 feridos na Nigéria
Na manhã deste domingo (28), um novo ataque a cristãos em uma igreja do norte da Nigéria deixou pelo menos sete vítimas fatais e 100 feridos.
- (Foto: Reuters)
Segundo autoridades locais, um suicida dirigiu o veículo carregado com explosivos até a Igreja Católica de Santa Rita, em Kaduna, e detonou os artefatos.
Ainda, nenhum grupo terrorista assumiu a autoria do ataque, mas a mais suspeita é a seita islâmica Boko Haram, que assumiu a responsabilidade por outros atentados no passado. O grupo tem atacado igrejas com bombas e armas desde que intensificou sua campanha contra os cristãos no último ano.
Só este ano vários ataques contra cristãos já ocorreram no país. No mês de abril atiradores atacaram cristãos em um teatro universitário, deixando pelo menos 15 mortos, na cidade de Kano, norte da Nigéria.
No mês de julho vários ataques ocorreram, o grupo extremista islâmico Boko Haram, assumiu a responsabilidade pela morte de mais de 100 pessoas em uma série de 12 aldeias.
Em outro ataque, cerca de 50 membros da Igreja de Cristo na Nigéria, na aldeia de Maseh foram queimados vivos depois que eles se refugiaram na casa de seu pastor, na sequência de um ataque terrorista.
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