Deus Não Foi Pego de Surpresa
O
plano da salvação foi estabelecido muito antes do surgimento do pecado.
A Bíblia afirma que a graça divina nos foi dada “antes dos tempos
eternos” (1Tm 1:9) e que Cristo é “o Cordeiro que foi morto desde a
fundação do mundo” (Ap 13:8). Isso significa que Deus não foi pego de
surpresa.
Ele não criou robôs programados para obedecer, mas seres a Sua imagem
e semelhança, livres e soberanos em suas escolhas. Se Adão e Eva fossem
obedientes, eles permaneceriam eternamente em um estado de perfeita
felicidade. Entretanto, eles falharam e desobedeceram a Lei Divina. A
natureza do homem “tornou-se tão enfraquecida pela transgressão que lhe
era impossível, em sua própria força, resistir ao poder do mal.” Houve uma ruptura no relacionamento entre Deus e o belo casal (Is 59:2), e sabe qual era a sentença? Morte eterna (Rm 6:23).
Deus dá o Primeiro Passo Para Salvar o Homem
Todos os dias Deus passeava pelo jardim e tinha um agradável
“bate-papo” com Adão e Eva. Porém, depois do pecado o homem teve medo e
tentou fugir de Deus (Gn 3:8). A tendência natural é acontecer o mesmo
hoje. O homem tenta se esconder de Deus. Esforça-se para se livrar da
culpa e do medo. Preenche seu tempo com alegrias passageiras. Busca
soluções paliativas para um vazio no coração. Em sua busca por alegria,
paz de espírito e sentido na vida, acaba tendo um encontro com o “nada”,
pois é isso o que acontece quando se ignora a existência do Criador e
Salvador Jesus Cristo.
Deus, em Sua infinita misericórdia foi ao encontro do homem “caído” e
perguntou; “onde estás?” (Gn 3:9). Ele sabia onde o homem estava
escondido. Isso significa que Ele sabe como e onde você está. Ainda
assim Ele pergunta; “onde você está?” Ele quer curar as feridas e por
isso ele deixa a voz humana falar… “Ouvi a tua voz no jardim, e, porque
estava nu, tive medo, e me escondi” (Gn 3:10). Deus novamente pergunta;
“Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei
que não comesses?” (Gn 3:11). Com todo amor Deus dá o primeiro passo
para salvar o homem, para restaurar o relacionamento quebrado, e
apresenta Seu plano de salvação.
Deus Provê Um Meio
A Bíblia descreve que Deus fez “vestimenta de peles para Adão e sua
mulher e os vestiu” (Gn 3:21). Essa pele era de um animal inocente que
foi morto no lugar do pecador. O animal morto era uma prefiguração do
Messias que um dia viria como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo” (Jo 1:29; Gn 3:15). Não era o sacrifício em si que tornava o
pecador justo, mas a fé na graça salvadora do Messias que derramaria Seu
sangue no lugar do pecador (Jo 3:16). Mesmo nos tempos do Antigo
Testamento a salvação era unicamente pela graça mediante a fé no Messias
(Gl 3:6). Sobre isso, Jesus declarou; “Abraão, vosso pai, alegrou-se
por ver o Meu dia, viu-o e regozijou-se” (Jo 8:56, ver também Gênesis
22).
Arrependimento e Confissão
A palavra arrependimento na Bíblia é traduzida do termo hebraico nachum que significa “sentir-se triste”. O termo equivalente em grego é metaneo, e denota o conceito de “mudança da mente”.[2]
Em outras palavras, o arrependimento é um estado de profunda tristeza
pelo pecado e uma mudança de comportamento. F. F Bruce define da
seguinte maneira:“Arrependimento (metanoia, ‘mudança da mente’)
envolve o abandono do pecado e voltar-se para Deus em contrição; o
pecador arrependido está em condições próprias para receber o perdão
divino.”[3]
É Deus, que em Seu infinito amor e bondade, através do Espírito
Santo, conduz o pecador ao arrependimento (Rm 2:4; Jo 16:8). O amor
divino atrai o pecador. Ele compreende que Cristo morreu pelos seus
pecados, e dessa maneira o coração é amaciado, pois entende que é
unicamente através da morte de Cristo que ele pode ser declarado justo,
libertado da culpa e da condenação. O texto bíblico afirma: “O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Pv 28:13).
A experiência de Davi revela claramente como o arrependimento prepara
o caminho para a vitória sobre o pecado. Ele cometeu adultério e um
homicídio. Foi o Espírito Santo que o convenceu de seu erro. Ao
reconhecê-lo, Davi não tentou ocultá-lo. Entristeceu-se pelo seu pecado,
foi específico em sua confissão e não suplicou apenas por perdão, mas
por um coração puro ; “cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto” (Sl 51:10).
Reconciliação e Justificação
Uma vez que o pecado causa separação, o perdão provê reconciliação,
isto é, a restauração do relacionamento entre Deus e o homem. “Deus
estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (2Co 5:19).
A Bíblia diz que “todos pecaram” (Rm 3:23). A Lei de Deus
requer perfeita obediência e a quebra do mandamento exige a condenação.
Então como pode o homem ser justo diante de Deus e escapar da
condenação? “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”
(Rm 5:1). É unicamente mediante a graça, por meio da fé na perfeita
justiça de Cristo (Ef 2:8). A base da justificação não está em nossa
obediência, mas na de Cristo! “Por meio da obediência de um só [Cristo], muitos se tornarão justos” (Rm 5:19).
Ellen White descreve essa verdade nas seguintes palavras: “Visto como
somos pecaminosos, profanos, não podemos obedecer perfeitamente a uma
lei santa. Não possuímos justiça em nós mesmos com a qual pudéssemos
satisfazer às exigências da lei de Deus. Mas Cristo nos proveu um meio
de escape. Viveu uma vida sem pecado. Morreu por nós, e agora Se
oferece para nos tirar os pecados e dar-nos Sua justiça.”
Ao vir a este mundo Cristo assumiu a natureza humana sem inclinação
para o pecado. Foi obediente até a morte e fez justiça. Assim, todos
podem dizer; “Por Sua obediência perfeita satisfez Ele os reclamos da
lei, e minha única esperança está em olhar para Ele como meu substituto e
penhor, que obedeceu perfeitamente à lei por mim.”
Cristo é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ele pode
perdoar o pecador arrependido, pois Ele mesmo cumpriu perfeitamente os
requisitos da lei, e pode livrar o homem da condenação porque pagou o
preço exigido – a morte. Em Cristo o pecador arrependido é perdoado,
declarado justo e absolvido da sentença de morte, como declara Paulo; “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8:1).
Santificação
Justificação é o ato de Deus declarar justo um pecador arrependido
que reconhece pela fé que só em Cristo há perfeita justiça. Além de
declarado justo, Deus o considera como
justo, como se nunca tivesse pecado; está absolvido de toda culpa e
encontra-se em paz com Deus (Rm 5:1). Teologicamente isso se chama justiça IMPUTADA.
“O verdadeiro arrependimento e justificação levam à santificação.
Justificação e santificação estão intimamente relacionadas, distintas,
mas jamais separadas.” Santificação significa “santo”, “separado”, o que envolve a transformação do caráter ao longo da experiência cristã.
Justificação é pontual. É quando o pecador arrependido confessa seus pecados e obtém o perdão. Assim, justificação é aquilo que Deus faz por nós! Santificação é aquilo que Deus faz em nós. “No momento da justificação ele [o pecador] é também santificado.” Isso significa que ele recebe poder para uma vida de obediência. Teologicamente isso se chama justiça COMUNICADA.
Glorificação
Somos glorificados em Cristo quando o recebemos como nosso Salvador,
mas ainda estamos em um mundo de pecado. Por isso há um momento futuro
da salvação; “último dia” (1Pe 1:5; 1Jo 3:2). Somente por ocasião da segunda vinda de Cristo a pessoa estará finalmente livre da própria presença do pecado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário