Brasil é o 78º melhor país para ser mãe
No ranking da redução da mortalidade infantil, país fica em 2º entre nações em desenvolvimento
Para definir quais países tratam melhor
as suas mães e os seus bebês, a ONG utilizou dados das Nações Unidas e
estudos demográficos sobre mortandade infantil, saúde materna, acesso a
educação, índices econômicos e participação política feminina.
Em um ranking a
parte feito apenas com os 12 países em desenvolvimento que têm
melhorado de forma mais expressiva seus índices de mortalidade infantil
nos últimos 20 anos, o Brasil fica em segundo lugar. Ainda assim perde
para o Peru, país com menos recursos.
Este é o décimo
quarto ano que a ONG publica esse relatório geral. Nesse período, o
Brasil melhorou o índice de mortalidade infantil em 60%.
"Os nós
críticos do Brasil são a falta de pediatras neonatologistas e a
qualidade do pré-natal", diz o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
No entanto, o ministro não consegue justificar por que o Brasil ficou abaixo do Peru.
Em 1996, apenas
30% das mães carentes (as 20% mais pobres do país) tinha acesso a parto
hospitalar. Em 2011, o índice passou para 97%.
"Nos últimos
anos, investimos muito para ampliar a cobertura e dar assistência
neonatal para mais mulheres, mas ainda não estamos satisfeitos com a
qualidade. Falta melhorar o atendimento das mães adolescentes, das que
estão acima dos 40 anos e das dependentes químicas", diz Padilha.
Segundo o ministro, há um déficit de pediatras neonatologistas no sistema público.
Em 2011, o
Ministério da Saúde passou a financiar a abertura de 59 vagas com bolsas
de R$ 2.350 em residência médica para profissionais com interesse em se
especializar nessa área.
O governo, no entanto, não soube precisar quantos profissionais faltam no SUS.
O relatório da Save the Children não é um mero indicador de mortalidade infantil, diz Jasmine Whitbread, presidente da ONG.
"Avaliamos
outros critérios que dão uma dimensão real das dificuldades enfrentadas
por mães e crianças em cada país. Participação política é um dos dados
considerados porque percebemos que, nos lugares onde as mães não têm voz
na vida pública, a saúde e a educação são piores, os problemas delas e
de seus filhos demoram a ser solucionados", afirma.
Os Estados
Unidos tiveram o pior resultado entre os países industrializados. Eles
são ainda os campeões em casos de gravidez adolescente entre os países
ricos.
Segundo o relatório, estresse, pobreza e racismo no sistema de saúde norte-americano estão entre os motivos do mau desempenho. Bebês prematuros de mães negras e de origem porto-riquenha são as maiores vítimas.
Entre os dez
primeiros colocados do ranking geral só há um país fora da Europa, a
Austrália. Já os dez países que foram mais mal avaliados são todos
africanos.
"A África subsaariana é o único lugar do mundo onde a situação tem piorado em vez de melhorar. Se não forem tomadas medidas drásticas, vai demorar 150 anos para esses países chegarem ao nível europeu", afirma Whitbread.
Em 2011, a região da África subsaariana apresentou um aumento de 10% no total de mortes de recém-nascidos em relação a 1990.
No mundo todo, 1 a cada 30 mães morre de causas relacionadas ao parto, e 1 a cada 7 crianças não chega a completar cinco anos.
A principal causa para morte de bebês são complicações em decorrência de nascimentos prematuros, que representa 35% das mortes.
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