O avião do presidente boliviano, Evo
Morales (direita) não pôde entrar no espaço aéreo de alguns países
europeus pela suspeita de que a bordo estava o ex-técnico da CIA Edward
Snowden, procurado pelos EUA
REUTERS/David Mercado
O presidente do Parlamento Europeu (PE), Martin Schulz, afirmou nesta
sexta-feira (5) que o tratamento dado ao chefe de Estado da Bolívia, Evo
Morales, cujo avião esteve retido em Viena por mais de 13 horas, "foi
ridículo e inaceitável".Schulz, que discursou hoje em Madri no Fórum Nova Economia, afirmou que seria preciso "comprovar, quem deu as ordens" para uma ação desse tipo e advertiu que os europeus "não podem deixar de respeitar as regras do direito internacional".
O avião do presidente boliviano, Evo Morales, que retornava na terça-feira (2) da Rússia para a Bolívia, não pôde entrar no espaço aéreo de alguns países europeus pela suspeita de que a bordo estava o ex-técnico da CIA Edward Snowden, procurado pelos Estados Unidos por revelar operações de espionagem de seu país.
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Morales esteve parado por quase 14 horas em Viena porque, segundo denunciou, França, Itália e Portugal impediram que sua aeronave entrasse em seus espaços aéreos ou aterrissasse em seus territórios em seu retorno à Bolívia.
Em seu discurso de hoje em Madri, o presidente do PE também falou sobre Snowden e sua influência nas relações entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos.
Segundo Schulz, os serviços secretos "são necessários" para se ter uma "ordem pública forte e sólida, que signifique uma boa proteção para os cidadãos".
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"Agora, o que não sabia era que o escritório do Parlamento Europeu em Washington era um lugar onde se planejavam atentados terroristas", afirmou em referência à atitude americana. "Por isso me pergunto por que nos trataram como uma força hostil", com ações típicas da "Guerra Fria".
"Necessitamos que os EUA nos digam e nos justifiquem por que fizeram isso". Quanto a Snowden, disse Schulz, "ele está nos colocando em uma situação difícil: os americanos são nossos amigos e espero que continuem nos considerando como tais, assim como acreditamos que são amigos nossos".
"Mas temos que ser honestos. Eles querem que capturemos um homem que violou as regras, mas o fato é que com seus atos, Snowden nos revelou que os EUA também não seguiram as regras conosco", afirmou o presidente da Eurocâmara.
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