Igreja Evangelica Jesus Cristo é o Senhor: Editorial

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Editorial

A RESTAURAÇÃO DA IGREJA

Hoje, ao acessar um jornal na internet, me assustei com o título de uma notícia: "Restauração da igreja está planejada para terminar em dois meses".
Meu Deus! Anos sonhando com a restauração da igreja, trabalhando em prol dessa restauração, sonhando com essa restauração e tudo vai ficar pronto em apenas 02 meses? Como pode?
Minha alegria durou pouco, pois ao acessar o conteúdo completo da notícia fiquei sabendo que se tratava da "igreja" matriz de Olinda, Pernambuco. Então a notícia estava errada! Não era a "restauração da igreja". Era a restauração física de um "templo" da Congregação Católica, Apostólica e Romana, situado na cidade de Olinda.
Na verdade não era a restauração da "igreja". Era a restauração do prédio de uma paróquia, que está subordinada a uma diocese, muitas vezes subordinada a uma arquidiocese, que está subordinada ao Papa, em Roma.

Não foi apenas nessa notícia que houve erro na aplicação da palavra "igreja". Até no meio Cristão é muito comum essa interpretação errada da palavra. Até (e principalmente) no meio evangélico é muito mais comum do que se pensa essa visão deturpada sobre o que é a "igreja". As pessoas nos perguntam de "que igreja nós somos" para saber onde estamos nos reunindo. Ao invés de perguntarem: "vocês se reúnem com quem, ou aonde", querem saber "de qual igreja somos". Como se "igreja" fosse um local, um templo, um conjunto de doutrinas ou um credo.
A palavra igreja vem do grego “ekklesia”, que significa uma assembléia, reunião de pessoas, que foram "chamadas para fora". Essa seria a tradução mais correta para o termo "igreja". Chamados para fora do mundo. Para fora do pecado. Para fora do sistema. A igreja é a misteriosa e poderosa comunhão dos redimidos. Então, porque a visão de igreja precisa ser restaurada? Simplesmente porque temos uma prática de igreja, hoje em dia, que difere, e muito, do projeto inicial.
A igreja existe sob dois aspectos: de vida interior e de vida exterior. Esta distinção faz-se, algumas vezes, por meio dos termos "invisível e visível". Os dois aspectos, se os relacionarmos, não se harmonizam sempre de um modo exato. Um homem pode pertencer à Igreja visível, sem que por esse fato pertença à Igreja invisível. Pode ser membro da sociedade exterior, sem que isso signifique que esteja espiritualmente unido a Cristo.
A palavra grega “ekklesia” é usada no Novo Testamento para o que era chamada a "assembléia dos justos", ou "congregação" no Velho Testamento (Salmo 111:1). Ainda refere-se ao conjunto de todos os redimidos através da era cristã, que é o sentido em que Cristo disse "edificarei a minha igreja" (Mateus 16:18). Mais tarde foi descrita como "a igreja que é o Seu Corpo" (Efésios 1:22, 5:23). Também, num sentido singular denominou um grupo local de pessoas que declaram ser crentes em Cristo (Mateus 18:17, Atos 20:28; 1 Coríntios 1:2; Gálatas 1:13; etc). E num sentido plural (igrejas), mais de uma igreja local (Atos 9:31, Romanos 16:4, 6, 1 Coríntios 14:33, etc).
"Denominações", são os nomes para designar os grupos locais, ou os grupos de igrejas locais reunidas por instituições eclesiásticas que, sem obedecer ao significado bíblico, passam a se chamar também de "igrejas".
O abismo existente entre os grupos locais não está relacionado ao nome em sí, mas concerne a diferença doutrinária existente entre os grupos locais, ou instituições eclesiásticas. Se, de fato, todas estivessem em conformidade com os princípios do Evangelho, não deveria haver diferença entre elas. A realidade é que diferem entre si na medida em que se aproximam ou se afastam da doutrina bíblica.
O próprio fato que usam uma denominação para distinguir-se já é uma prova que não são iguais. Uma congregação de discípulos fiéis a Cristo não precisa ter nome próprio, apenas se distinguindo das outras pela sua situação geográfica, como acontecia nos tempos apostólicos.
O apóstolo Paulo repreendeu o uso de nomes de grupos na igreja de Corinto, e escreveu: "cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo. Está Cristo dividido? Foi Paulo crucificado por vós? Ou fostes vós batizados em nome de Paulo?" (1 Coríntios 1:12,13).
Realmente todo cristão é batizado em nome de Cristo, e este é o nome que deve usar. Tomar o nome de uma denominação já em si é uma desobediência à doutrina cristã, pois Ele mesmo disse: "para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste." (João 17:21).
O Senhor é o criador da igreja e todo arquiteto quer ver seu projeto estabelecido exatamente como ele planejou.
Daí a necessidade de restauração da igreja!

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