Igreja Evangelica Jesus Cristo é o Senhor: janeiro 2010

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Nova Era – Parte II (Símbolos)

Os símbolos abaixo são iconografias utilizadas pelos adeptos da Nova Era e são utilizadas por satanás para confundir as pessoas. Encontramos esses símbolos em marcas de roupas, em logomarcas de empresas, em desenhos, em filmes e nos mais variados meios que o demônio se utiliza para aumentar o número de seus adeptos.

É importante tomarmos conhecimento sobre esses símbolos, que muitas vezes temos como inofensivos, mais que na verdade é uma forma de consagração ao demônio

Símbolo oficial da sociedade Teosófica

No alto, a cruz suástica, que simboliza o movimento cósmico; no centro a estrela de Davi, que representa os processos de involução e evolução; dentro da estrela a cruz com laço, símbolo de perversão sexual, contra a pureza sexual criada por Deus. E, em volta a serpente que representa Satanás.

Símbolo da Besta

O número 666 é conhecido pelos cristãos como o número do anti-cristo, que surgirá na terra para governar o mundo, conforme encontramos em Apocalipse 13:8. Para a Nova Era este número tem qualidades sagradas e por isso, deveria ser usado com maior freqüência possível para representar a Nova era.

Arco-íris

O Arco-Íris é um dos mais usados símbolos da Nova Era, é considerado o símbolo principal da Nova Era, mas, apresentando só a metade! Ele representa a ponte entre a alma humana individual e a “Grande Mente Universal” ou “Alma Universal”, que é Lúcifer. Também é considerado como “Ponte Mental” entre o homem e as energias cósmicas e a cidade de Shambala, governada por Lúcifer.

Na Bíblia, o arco-íris é o símbolo da Aliança entre Deus e o Seu povo. As instituições de ensino, o comércio, indústrias ligadas a esse movimento, utilizam muito o Arco-Íris em seus impressos e material publicitário.

Yin Yang

Representa o equilíbrio entre as forças contrárias: negativo e positivo, bem e mal, preto e branco. O bem e o mal são a mesma coisa, apenas são vibrações altas ou baixas. Assim, a Nova Era afirma que Deus e Lúcifer se completam, pois as forças opostas são partes da mesma perspectiva divina. O Yin Yang é o símbolo do Taonismo, religião da China. O Yin está associada à escuridão, à água e ao feminino. O Yang à luz, à atividade, ao ar e ao masculino.

Fita entrelaçada – Sem Fim

Significa a vida entrelaçada, onde há sempre uma continuidade em outras encarnações. Também representa o pacto de sangue entre os novaerinos, envolvendo pessoas ou organizações. É usado para uma melhor obediência entre os aliados do movimento Nova Era

Borboleta

A borboleta é o símbolo próprio dos adeptos da Nova Era ou dos “aquarianos”. Como a lagarta entra no casulo, transforma-se e sai em forma de borboleta, assim a humanidade passa de uma era antiga, transforma-se em todos os sentidos e entra na nova era.

Circulo com um Ponto no Centro

Este sinal é o símbolo da bandeira de Lúcifer. O círculo representa o planeta Terra como reino de satanás. O ponto são os homens e sua divinização, instrumentos a serviço deste reino; o símbolo da energia, que segundo eles, emana para todo o ser.

Estrela de Davi em círculo

É usada pelo movimento Nova Era como símbolo da unificação da humanidade com as forças cósmicas.

Estrela de Davi com seis pontas

Simboliza os processos de involução e evolução. Com efeito, o triângulo que aponta para baixo, apresenta a involução da energia divina que desce às formas mais boçais, ao passo que o triângulo voltado para cima indica a ascensão dos seres quer entendem a se divinizar cada vez mais. Esta é a estrela de seis pontas, dois triângulos entrelaçados, que o rei Davi mandou fazer quando conquistou a fortaleza de Jebus para ser usada como símbolo nacional, esse símbolo está vivo ainda hoje. Consiste no entrelaçamento da letra Daleth, que corresponde à letra grega Delta e a nossa letra Dê. O nome hebraico David, começa e termina com “D”. Essa letra no hebraico da época de Davi era muito parecida com a letra Delta, de forma triangular. Infelizmente a Nova Era dá à estrela de Davi o mesmo significado ocultista dos alquimistas e esotéricos. Aplica o mesmo principio do Yin Yang . Convém salientar que o cristão não se identifica como a Nova Era aos usar bottons da estrela de Davi. Alguns preferem usar com a palavra hebraica Tson, “Sião”, para distinguir da Nova Era.

Estrela de cinco pontas

As duas pontas para cima, significam Lúcifer e seu reino; duas pontas para baixo, significam o homem como deus, no lugar de Deus. É símbolo da adoração a satanás já estabelecida em, várias partes do mundo. Alguns conjuntos musicais de “Rock” adoram este símbolo para garantir sucesso.

Chifre

Usado em colares, pulseiras, brincos, etc. Simboliza o afastamento de fluídos negativos (mal olhado, olho gordo…).

Mão chifrada

Usado por artistas ligados à música (principalmente Rock) e seus fãs. Simboliza o louvor em rituais satânicos.

Cruz virada para baixo

Usado por grupos de Rock e adeptos da Nova Era. Simboliza zombaria da cruz de Jesus. É usado também em rituais satânicos.

SS

Usado por grupos nazistas e grupos de Rock também em roupas, broches, tatuagens, etc. Simboliza o louvor e invocação de satanás.

Raio

É o reconhecimento do poderio de satanás, senhor, Satã, e a disposição de estar a seu serviço. É também utilizado em marcas de roupas.

Besouro

Símbolo que mostra que a pessoa que usa tem poder dentro do satanismo.

Lua-estrela

Usados em roupas, endereços, artes e também em centros espíritas. Simboliza poder para transportar através do cosmos.

Pirâmide

É tida como elemento que capta a energia cósmica e beneficia as pessoas dando sorte nos negócios.

Olho de Lúcifer

Simboliza o olhar de satanás sobre as finanças do mundo. (ver nota de um dólar).

Cruz suástica

Para o movimento Nova Era simboliza o movimento cósmico. É bem conhecida sua conotação com a pessoa de Adolf Hitler e seu movimento nazista que dizimou milhões de seres humanos na Segunda Guerra Mundial. A cruz suástica é inspiração de Chamberlain, um vidente satânico e conselheiro de Hitler. Foi ele que inspirou a Hitler as idéias de um reino de terror e poder.
A palavra vem do sâncrico svasti “boa fortuna”, ou seja, “está tudo bem”. Usado desde a antiguidade pelos hindus e budistas para representar felicidade e salvação. É um símbolo ocultista que foi usado na Teosofia desde a época da sua fundadora Helena Petrovana Bbravastky, e pelos satanistas. Foi adotada por Adolf Hitler, em 1920, como símbolo do nazismo.

Anarquia

O movimento prega a destruição de toda e qualquer organização que não queira se integrar ao novo sistema. Declara a anarquia do inferno a essas organizações que resistem à adesão universal. Usado inicialmente pelos grupos “punks”. Atualmente usado pelos grupos heavy metal. É o símbolo da anarquia, contra tudo o que é lei. O nome já diz tudo: Anarquia

Cruz Satânica ou Cruz da Confusão

O nome por si já diz o que significa, qual o seu uso, e o objetivo do porque usa.

Cruz de Nero

É uma cruz de cabeça para baixo, também chamada de “pé-de-galinha”. Simboliza a “verdadeira” paz sem Cristo. O pé-de-galinha é uma cruz com os braços quebrados e caídos. O círculo representa o inferno. Na década de 60 foi usada pelos hippies; também foi símbolo de ecologia no mundo, pois representa uma árvore de cabeça para baixo. É um símbolo usado também pelos satanistas. Afirmam que a haste quebrada para baixo representava a princípio a derrota do Cristianismo. Foi na idade média que esse símbolo passou a ter vínculo com satanás. O ateu britânico, Bertrand Russell, usou como símbolo da Paz no final da década de 50 e os movimento hippies também usavam na década de 60. Hoje é usado pelos grupos de rock, heavy metal e black metal.

Urano

Amor à natureza que se expressa através dos movimentos ecológicos. Urano simboliza a harmonia com o cosmo, adoração à deusa Gaia (é a personificação da Terra), o que eles chamam de “Lado feminino de Deus”.

Unicórnio

É o símbolo da liberdade e promiscuidade sexual: homossexualismo, lesbianismo, heterossexualismo, fornicacionismo, sexo grupal, etc. O Unicórnio medieval é um símbolo de poder, o que o chifre essencialmente expressa, mas também de luxo e de pureza.

Cruz com Laço

Simboliza o desprezo da virgindade, troca de parceiros conforme a escolha pessoal. O movimento Nova Era ensina que a sexualidade é a parte que purifica o ser humano, eleva o espírito e embeleza o corpo. É a volta ao paganismo antigo, cujos “deuses” promoviam as danças com barulho excessivo, as orgias, a prostituição ritual, etc.

Casal Transpessoal

Símbolo do fim do casamento representado pela letra ômega, última letra do alfabeto grego. Os adeptos da Nova Era dizem que o ser humano não deve pertencer a nenhuma família possessiva, mas deve ficar sempre livre para buscar outros parceiros. “É satanás procurando desvalorizar a Família que é a Célula Mater da Sociedade, instituída por Deus ainda no Éden”.

Pomba com Ramo

Simboliza a paz à qual tendem os aquarianos, na esperança de que as águas de Peixes sequem para dar lugar à Nova Era.

Cabeça de Bode

É um símbolo de zombaria ao contrário ao cordeiro de Deus “Jesus”.

Mancha

Usada principalmente em automóveis. É uma gota de sangue em zombaria ao sangue redentor de Jesus.

Netuno

Simboliza a transformação das crenças. A cruz para baixo significa que todas as crenças serão destruídas para que o planeta Terra seja governado por Maitreya o “Novo Messias”.

Plutão

Simboliza a união planetária, construção da Aldeia Global, é o novo nascimento do planeta Terra com a união sem fronteiras, acima de credos, cor e raça. Simboliza também a “paz universal “dentro da nova era.

Olho de Lúcifer

Usado em roupas e outros meios. Simboliza o olho de satanás vendo tudo e chorando por aqueles que estão fora do seu alcance (judeus e cristãos principalmente).

Portanto, prestemos atenção às armadilhas do demônio. “Sede sóbrios e vigiai. vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar.” (I Pd 5, 8-9). Escutemos à Palavra do nosso Bom Deus e fiquemos atentos às novidades apresentadas por satanás para nos perder e nos desviar do caminho de Deus.

Entretendo-se com a Escuridão: As Implicações dos RPGs na Vida dos Jovens

Entretendo-se com a Escuridão: As Implicações dos RPGs na Vida dos Jovens


Julio Severo

"Olhos que não desgrudam da tela, mãos no mouse, rostos tensos, respiração acelerada. Os fones de ouvidos facilitam a percepção do inimigo. Adolescentes e jovens não se distraem com nenhum movimento além do alvo, que pode estar ao seu lado, no outro quarteirão, em outro estado ou num país distante…" (http://www.jj.com.br/jj2/agito/agito25102002-01.html) Elisângela Marques

Os jogos de computador são tão avançados e sofisticados em tecnologia que é quase impossível distingüir o mundo virtual da realidade. A maioria são feitos de tal maneira que o jovem se sente como se realmente estivesse vivendo o que está jogando. Não é então de admirar que a febre dos games esteja se espalhando rapidamente. Pesquisas apontam que adolescentes e até mesmo adultos estão passando mais e mais tempo mergulhados no mundo dos RPGs.

Não é anormal um jovem gostar de um jogo, porém os RPGs podem levar o jogador a experiências que podem ser muito mais do que só fantasias. RPG é uma sigla em inglês que significa role-playing game (jogo de interpretação de personagem). Nesse tipo de game (jogo), o jovem adota o papel de um personagem e o treina e equipa com poderes e armas especiais durante o curso do game ou série de games.

Caso real

Anos atrás, fui participar de uma conferência evangélica e fiquei hospedado na casa de uma família evangélica. O pai e a mãe trabalhavam na igreja, e os filhos também ajudavam. Muitas vezes, eu ficava com os filhos, um rapaz e uma moça, brincando com eles em seus jogos de computador. Havia alguns jogos bons e inofensivos, e havia também os mais desafiantes que, por acaso, traziam símbolos e situações bastante suspeitos ou explicitamente negativos. A moça tentava evitar os games mais sombrios, mas não conseguia evitar perder muito tempo jogando. Contudo, o rapaz gostava de games que tinham personagens e papéis envolvidos em cenários de túmulos, pentagramas e outros símbolos satânicos. Embora fossem batizados no Espírito Santo, ele não via problema com esse tipo de RPG, e ela achava que nunca se abriria, na vida real, para as práticas dos personagens e papéis que ela adotava nos jogos.

Hoje, a moça reconhece que havia sérios problemas em sua vida, inclusive visitações demoníacas. Agora ela passa muito tempo com Jesus na Palavra de Deus, porém seu irmão se tornou bruxo. Quando passavam muito tempo com RPGs espiritualmente duvidosos, será que eles não estavam na companhia de quem está por traz dos símbolos, títulos e papéis que lhe pertencem? A Palavra de Deus mostra que precisamos ter cuidado com quem passamos nosso tempo: "As más companhias estragam os bons costumes". (1 Coríntios 15:33 BLH)

Os RPGs podem não ter ocasionado diretamente a contaminação desses jovens evangélicos no ocultismo, mas, juntamente com outros fatores, contribuíram para direcionar suas vidas para a escuridão, sem que eles ou seus pais percebessem o perigo a que eles estavam se expondo. Mesmo tendo nascido num lar evangélico, eles vieram a enfrentar graves problemas espirituais. Os jogos que eles usavam tinham situações imaginárias, mas os títulos e poderes utilizados eram cópia das forças do mal que existem na vida real. Os pais davam bons conselhos, porém não tinham firmeza moral suficiente para impedir a utilização em seu lar de entretenimentos espiritualmente nocivos, como programas de TV contendo terror, violência e imoralidade. De modo geral, seguindo a orientação da psicologia liberal, eles eram permissivos na educação dos filhos.

A influência ocultista dos games pode, como conseqüência, trazer confusão espiritual e, em casos extremos, colocar o jogador em contato com a atividade demoníaca.

Calabouços & Dragões

Então, quem joga um RPG com personagens e situações espirituais negativas pode entrar num mundo que é muito mais do que só fantasia e esse tipo de jogo tem atraído milhões de adeptos apaixonados. Com ou sem Internet, um jovem pode ficar 24 horas por dia ocupado só num RPG. Há casos de jogadores que passam um dia, um mês ou até mais de um ano no mesmo game! O primeiro e mais famoso jogo de interpretação de personagens é Dungeons & Dragons (Calabouços & Dragões). Lançado em 1974, Dungeons & Dragons (D&D) envolve o jogador com personagens identificados como bruxos, feiticeiros e magos e estima-se que mais de 160 milhões de jovens no mundo inteiro tenham jogado D&D, tornando-o o RPG de maior sucesso de todos os tempos. (http://www.family.org/pplace/pi/films/a0014049.html). Há hoje muitas e diferentes versões de computador de D&D.

Afinal de contas, o que é esse jogo que tem um rastro de tanto sucesso? A escritora Pat Pulling define D&D da seguinte maneira:

Um jogo de interpretação de papéis de fantasia que usa demonologia, feitiçaria, vodu, assassinato, estupro, blasfêmia, suicídio, assassinato, insanidade, perversão sexual, homossexualismo, prostituição, rituais satânicos, jogatina, barbarismo, canibalismo, sadismo, invocação de demônios, necromancia, adivinhação, etc. (Pat Pulling, The Devil's Web (Huntington House: Lafayette, Louisiana, 1989), p. 179.)

A Srª Pulling sabe do que está falando. Anos atrás seu filho de 16 anos cometeu suicídio e uma investigação policial revelou que o rapaz estava afundado no satanismo. A Srª Pulling ficou perplexa porque sendo judeus ela e seu marido estavam devidamente conscientes do perigo do ocultismo, porém desconheciam completamente as experiências espirituais negativas do filho. Vasculhando melhor as coisas do filho, a mãe descobriu o grau de envolvimento dele com D&D e como ele estava realmente vivendo e aceitando os padrões espirituais do jogo. De acordo com o andamento do jogo, o rapaz recebeu uma maldição de morte de outro jogador e tudo acabou em morte. (Idem)

Contudo, essa morte trágica não foi a última envolvendo D&D. Abaixo se encontram alguns dos casos registrados:

1. Vernon Butts, conhecido como o "Assassino das Rodovias", cometeu suicídio em sua cela em 1987 enquanto estava preso sob a suspeita de vários assassinatos. Ele era viciado em D&D.

2. Michael Dempsey, de 17 anos, se suicida com um tiro na cabeça em 19 de maio de 1981. Testemunhas o viram tentando invocar os demônios de D&D minutos antes de sua morte.

3. O jogador de D&D Steve Loyacano se suicida por envenenamento de monóxido de carbono em 14 de outubro de 1982. A polícia afirmou em relatório que coisas satânicas que ele escrevia e uma nota de suicídio ligavam sua morte a D&D.

4. O jogador de D&D Timothy Grice, de 21 anos, comete suicídio com um tiro de bala em 17 de janeiro de 1983. O relatório do detetive comenta: "D&D se tornou realidade. Ele achava que ele não estava preso a esta vida, mas que podia partir e voltar, por causa do jogo".

5. O jogador de D&D Harold T. Collins, de 18 anos, se enforca em 29 de abril de 1983.

6. O jogador de D&D Steve Erwin, de 12 anos, se suicida com um tiro em 2 de novembro de 1984. O relatório do detetive dizia: "Sem dúvida, D&D lhes custou a vida".

7. O jogador de D&D Joseph Malin se declara culpado de um assassinato em 2 de março de 1988 e foi condenado a passar o resto da vida na prisão. Ele estuprou e matou a facadas uma menina de 13 anos enquanto jogava D&D.

8. O jogador de D&D Tom Sullivan, de 14 anos, entrou no satanismo e acabou matando a mãe a facadas.

9. O jogador de D&D Sean Sellers, de 14 anos, foi condenado a morte por matar os pais e um funcionário de uma loja em 11 de janeiro de 1987. Antes de ser executado, ele entregou sua vida a Jesus. Ele confessou que seu envolvimento com o satanismo começou com o RPG D&D. (http://www.chick.com/articles/frpg.asp)

Títulos e Palavras que Revelam

Devido ao enorme sucesso de D&D, muitos RPGs procuram seguir, de uma forma ou de outra, seu estilo. Embora outros jogos tenham títulos diversos e diferentes, os personagens e seus poderes seguem o exemplo espiritual que D&D deixou. Vamos então conhecer alguns termos usados em D&D e outros RPGs. Os títulos originais são em inglês, mas os jogos nunca deixam de trair sua essência espiritual. Só pelos títulos traduzidos dos games já é possível entender que há muito mais do que só fantasia:

Igual a Deus, Espada e Feitiçaria, Calabouço de Túmulos, Necromancista [indivíduo que invoca os mortos], Advanced Dungeons and Dragons [muitas e diversas versões], Paranóia, Paranormal, Terra dos Mortos, etc.

Os manuais e livros de RPGs têm os seguintes títulos interessantes (conforme apuração que fiz num site americano de venda de produtos de RPGs em maio de 2003):

Manual Monstruoso, Livro de Magia, A Opção do Jogador: Feitiços & Magia, Manual Completo do Bárbaro, Livro Completo dos Elfos, Livro Completo dos Gnomos, Manual Completo do Sacerdote, Manual Completo do Ladrão, Manual Completo do Bruxo, Livro Completo dos Anões, Livro Completo dos Vilões, Manual Completo dos Druidas, Guarda das Portas do Inferno, Culto do Dragão, Servos da Escuridão, Volta ao Túmulo dos Horrores, Sementes do Caos, Filhos da Noite, Forjado nas Trevas, Enciclopédia da Magia (vários volumes), Compêndio dos Feitiços do Bruxo (vários volumes), Xamã.

Significado de alguns termos, inclusive seus originais em inglês em itálico:

Gnomo: (Gnome) Designação comum a certos espíritos, feios e de baixa estatura, que, segundo os cabalistas, habitam o interior da Terra e têm sob sua guarda minas e tesouros. Demônio, duende.

Elfo: (Elf, elves) Gênio aéreo da mitologia escandinava, que simboliza o ar, o fogo, a Terra, etc. Ser sobrenatural de baixa estatura que causa intrigas e agitações. Duende. Demônio. Gnomo.

Anão: (Dwarf, dwarves) Ser sobrenatural de baixa estatura, que parece um homem feio e deformado. Duende. Demônio. Gnomo.

Dragão: (Dragon) Na Bíblia, o dragão é o próprio Satanás (cf. Apocalipse 20:2).

Xamã: (Shaman) Em diversos povos e sociedades, especialista a que se atribui a função e o poder, de natureza ritual mágico-religiosa, de recorrer a forças ou entidades sobrenaturais para realizar curas, adivinhação, exorcismo, encantamentos, etc. (Dicionário Aurélio, Babylon Dictionary, Webster's Ninth New Collegiate Dictionary e Encarta Pocket Dictionary.)

Nos RPGs o jogador pode assumir personagens e papéis como feiticeiro, druida e outras ocupações ligadas à bruxaria. Entre os vários papéis que o jogador pode representar estão:

1. Bruxo (Wizard): Personagem que, como na vida real, pode lançar encantamentos e utilizar os poderes da magia para vencer os obstáculos do jogo e vencer os inimigos.

2. Bruxa (Witch): Mesmo significado do anterior.

3. Mago (Magus, mage): Personagem semelhante ao bruxo, que se utiliza de forças das trevas para adquirir mais poder e controle sobre as situações.

4. Sacerdote (pagão) ou druida (Priest, druid): Personagem religioso que destrói os problemas e cura as doenças através de feitiços e poderes mágicos. Os druidas eram sacerdotes celtas que viviam na Bretanha e na Gália, antes do Cristianismo. Eles adoravam o sol e criam na reencarnação.

5. Ladrão (Thief): Personagem que, como na vida real, rouba suas vítimas.

Até mesmo os personagens que não têm uma ocupação nitidamente ligada à bruxaria são obrigados, para sobreviver no jogo, a aprender a usar a magia e lançar encantamentos contra seus oponentes. Os defensores dos RPGs ocultistas afirmam que o único problema nessa questão é o "radicalismo dos cristãos contra os mitos". Mas será mesmo? Um grupo de bruxos na Grã-Bretanha reconhece que os livros de Harry Potter, que supostamente só contêm "mitos", estão ajudando crianças no mundo inteiro a se interessar mais pela bruxaria. (http://www.wnd.com/news/article.asp?ARTICLE_ID=33032)

Como cristãos, não podemos desenvolver poderes mágicos, imaginários ou reais, para derrotar e destruir nossos inimigos. O poder espiritual do cristão vem da oração feita no nome de Jesus, e esse poder deve ser utilizado para curar e abençoar as pessoas e destruir as opressões na vida delas. Por coincidência, uma parte considerável dessas opressões tem origem exatamente nas forças espirituais que os símbolos, personagens e papéis dos RPGs representam na vida real. É claro que os RPGs não são a causa de todos os problemas relacionados com a bruxaria na sociedade, mas pode-se considerá-los como uma das portas de entrada para influências demoníacas.

Muitas questões e práticas de feitiçaria são consideradas mera fantasia pela sociedade, porém Deus alerta:

"Não permitam que se ache alguém entre vocês… que pratique adivinhação, ou se dedique à magia, ou faça presságios, ou pratique feitiçaria ou faça encantamentos; que seja médium, consulte os espíritos ou consulte os mortos. O Senhor tem repugnância por quem pratica essas coisas…" (Deuteronômio 18:10-12b NVI)

Poderíamos parafrasear o alerta de Deus da seguinte forma: "Não permitam que se ache entre vocês entretenimento contendo personagens que pratiquem adivinhação, ou se dediquem à magia, ou façam presságios, ou pratiquem feitiçaria ou façam encantamentos…" O que precisamos fazer então é deixar que o Espírito Santo coloque em nós o mesmo sentimento de aversão que Deus tem com relação a tudo o que nos prejudica.

A Febre do Yu-Gi-Oh

Desenhos japoneses de TV vêm ganhando fama internacional e alguns até têm versões em RPG, tais como Pokemon (que originalmente vem do termo Pocket Monsters [Monstros de Bolso]. Mas a moda mais recente entre os fãs desses desenhos é um personagem chamado Yugi (nome abreviado de Yu-Gi-Oh), que tem se tornado muito conhecido por suas cartas mágicas e imagens ocultas que estão se tornando verdadeiros tesouros cobiçados entre crianças colecionadoras no mundo inteiro.

A versão em desenho animado de Yu-Gi-Oh apareceu no ano 2000 e se tornou um sucesso imediato, provocando uma loucura que incluía vídeo games, gibis e um jogo de cartas, que bateram recordes de venda. Enquanto os RPGs são geralmente produzidos para alcançar os jovens, Yu-Gi-Oh tem como alvo as crianças. É bem comum ver um menino de 6, 7 ou 8 anos colecionando cartas ou obcecado com o desenho ou os jogos de Yu-Gi-Oh.

Yu-Gi-Oh é a estória de um menino chamado Yugi Mutou. Seu avô toma conta de uma loja de jogos e um dia lhe entrega uma caixa dourada, com o símbolo do olho de Anúbis por fora, onde há varias peças. O avô lhe explica que essas peças são parte de um quebra-cabeça (Enigma do Milênio), que revela um antigo jogo egípcio de guerra de cartas chamado "Monstros de Duelo" (Duel Monsters). O avô desafia Yugi a tentar montar as peças, e o neto desvenda o segredo do quebra-cabeça que libera o poderoso espírito de um rei egípcio chamado Yu-Gi-Oh. Aí, toda vez que ele vai duelar, o quebra-cabeça dá poderes especiais a Yugi. Ele se torna especialista no jogo Monstros de Duelo. Nesse jogo há criaturas místicas, duelos mágicos e um campo de batalha que está sempre mudando, cheio de armadilhas e ciladas mágicas. *

*(http://www.yugihocards.hpg.ig.com.br/entretenimento/18/index_int_8.html, http://www.villagestreetwear.com/yugthouscar.html e http://www.angelfire.com/anime5/otakuparadise/yugioh.html)

Tal como Harry Potter, o mundo espiritualmente misterioso de Yugi tem raízes inegavelmente ligadas à bruxaria. No Yu-Gi-Oh as crianças recebem a informação de que esse jogo tão popular hoje foi realmente inventado no Egito antigo, há 5.000 anos, quando os faraós jogavam um jogo que envolvia rituais mágicos, adivinhação e o poder de monstros e feitiçaria. Os faraós resolviam os problemas de origem espiritual invocando espíritos mais fortes. Embora os faraós estejam mortos, Yugi descobre, através do quebra-cabeça egípcio antigo, que as forças espirituais que os faraós utilizavam não estão mortas. Quando consegue montar o quebra-cabeça, Yugi recebe muitas energias extraordinárias e se transforma num ser poderoso, Yami Yugi. De acordo com a profecia egípcia antiga, somente o escolhido seria capaz de resolver o Enigma do Milênio.

Num dos episódios do desenho de Yu-Gi-Oh, Yugi está num jogo e sua forma transformada Yami Yugi tira uma carta do deck com poder para bloquear o "olho milenial" de Pegasus que vê tudo. Yugi tira uma carta vencedora: a "Caixa Mística" que libera o "bruxo" dele, que aparece de maneira sobrenatural com sua vara mágica. Em seguida, ele tira a carta "Controle Mental" e lança um feitiço poderoso. "Como é que você se sente, Pegasus", Yugi zomba de seu inimigo, "agora que o jogo virou e os poderes mágicos de controle da mente são usados contra você?" Quando chega sua vez, Pegasus passa e Yugi tira outra carta favorável: "É uma carta ritual… ritual mágico da escuridão. Para invocar seus grandes poderes devo fazer uma oferta em dobro". Ele sacrifica dois poderosos monstros de Pegasus e grita em triunfo: "A oferta foi aceita. Surge um novo poder… O bruxo do caos negro…" (http://www.cuttingedge.org/articles/bc001.html)

Em Yu-Gi-Oh há muitos monstros em forma de cartas (lembrando alguns jogos de cartas de RPG), que ao mesmo tempo são monstros de verdade. De acordo com as informações contidas no RPG de Yu-Gi-Oh, os monstros do Duel Monster eram reais há 5.000 anos, e era com eles que os jogos das trevas eram jogados. Contudo, quando o poder saiu do controle dos faraós, os poderes de todos os monstros foram guardados dentro de tábuas de pedra. Cada uma dessas tábuas tem o desenho esculpido de um monstro e guarda o respectivo monstro. Num dos episódios do desenho de Yu-Gi-Oh é possível ver essas tábuas com os monstros, inclusive a invocação dos monstros aprisionados. (http://www.yugihocards.hpg.ig.com.br/entretenimento/18/index_int_7.html)

Algumas cartas de Yu-Gi-Oh levam títulos como Soul Exchange (Troca de Alma), Ultimate Offering (Oferta Máxima), Summoned Skull (Caveira Invocada), Saint Dragon (Dragão Santo), The God of Osiris (O Deus de Osíris) e Sorcerer of the Doomed (Feiticeiro dos Condenados). Essa última carta dá o seguinte aviso: "Esse feiticeiro é escravo das artes das trevas e mestre dos encantamentos para extinguir vidas". Das 100 Cartas Monstros e Cartas Mágicas de Yu-Gi-Oh que um site brasileiro vende há títulos como Rei Caveira, Witch of the Black Forest (Bruxa da Floresta Negra), Magician of Faith (Mágico da Fé), Mask of Darkness (Máscara da Escuridão), Mystical Space Typhoon (Tifão Espacial Místico), Monster Reborn (Monstro Renascido), Dark Hole (Buraco Negro), Skull Lair (Covil da Caveira), Ominous Fortunetelling (Adivinhação Sinistra), Mystic Clown (Palhaço Místico), Winged Dragon (Dragão de Asas), Feral Imp (Demônio Selvagem), De-Spell (Removedor de Feitiços), Book of Secret Arts (Livro das Artes Secretas), Enchanted Javelin (Lança Encantada).(http://www.mercadolivre.com.br/jm/item?site=MLB&id=10058202) Além disso, um dos jogos de Yu-Gi-Oh tem como título Cartas "Bíblia de Mil Olhos".

O site oficial do Yu-Gi-Oh informa sobre seu jogo para crianças: "Duelo de Monstros é um jogo de batalha de cartas em que jogadores colocam diferentes criaturas místicas umas contra as outras em duelos mágicos selvagens! Acompanhado de monstros terríveis e poderosas cartas de encantamento, Yugi e seus amigos estão totalmente obcecados pelo jogo". Mais obcecados ainda estão as crianças que jogam Yu-Gi-Oh. A fascinação por questões de bruxaria não tem apanhado crianças somente através de literatura "infantil" como Harry Potter, mas também através de desenhos e games. Não há dúvida de que em todas essas questões há muito mais envolvido do que só fantasia. Desenhos, revistas, games e brinquedos para crianças que têm tema ocultista são um canal e elo entre influências espirituais indesejadas e vítimas inocentes. Crianças são assim, os pais percebendo ou não, prejudicadas espiritualmente.

Psicoterapia através dos RPGs

O modo como os jogos de interpretação de personagens envolvem o jogador age de maneira parecida com as sessões de psicoterapia. A maioria dos conselheiros e psicólogos usa a interpretação de personagens para modificar certos tipos de condutas e idéias na vida das pessoas. Por exemplo, no caso de um viciado em drogas (de uma perspectiva puramente psicológica), o conselheiro o faria viver um cenário imaginário em que um amigo lhe ofereceria drogas. O viciado interpretaria a cena várias vezes e de diversas maneiras até chegar ao ponto em que ele adquirisse experiência suficiente para resistir. Na interpretação de um personagem, a pessoa o representa tanto que passa a assumir seu comportamento. Nos RPGs não é diferente. A interpretação de um personagem virtual pode e tem levado a modificação de comportamento na vida de muitos jovens. (http://www.mercadolivre.com.br/jm/item?site=MLB&id=10058202)

Na cidade americana de Paducah, no Kentucky, Michael Carneal, um rapaz de 14 anos, roubou a arma da casa de um vizinho, levou-a à escola e deu oito tiros num grupo de oração. Antes do roubo, ele nunca havia usado um revólver de verdade. Dos oito tiros que deu, ele acertou todos, atingindo oito colegas de escola. Cinco foram na cabeça, e os outros no peito. Os resultados foram três mortos e um paralítico pelo resto da vida. O FBI informa que em média policiais experientes acertam, de cada cinco tiros, no máximo uma bala. Como então um rapaz que nunca usou uma arma conseguiu adquirir tanta habilidade para atirar com precisão? Onde foi que ele recebeu seu treinamento? (http://www.killology.com/book_stop_summary.htm)

O Perigo dos Entretenimentos Violentos

Muitos estudos em anos recentes provam que imagens de violência nos games e na televisão estão causando um aumento na violência até mesmo entre crianças. Os estudos foram realizados por importantes entidades como a Associação Médica Americana, a Academia Americana de Pediatria, a Academia Americana de Psiquiatria Infanto-Juvenil e a Associação Americana de Psicologia. (http://www.almenconi.com/topics/games/vent24.html)

Games que contêm temas violentos tendem a tornar os jogadores insensíveis para com a questão da violência e para com as vítimas de atos violentos. Dois estudos publicados em 23 de abril de 2000 provam claramente que os games violentos realmente afetam de modo negativo a conduta de quem os joga. Um dos estudos provou que games com violência explícita produzem um aumento imediato em atitudes e idéias agressivas. O outro estudo constatou que games violentos não só provocam um aumento nas atitudes agressivas, mas também produzem impacto de longo prazo que afetam, na vida real, as atitudes e relacionamentos dos jogadores. Professores de psicologia das Universidades de Missouri e Columbia e da Faculdade Lenoir-Rhyne conduziram o estudo em 227 estudantes universitários voluntários que estavam começando cursos de psicologia. Os psicólogos Craig Anderson e Karen Dill constataram que games violentos de computador afetam o jogador das seguintes maneiras:

O jogador se identifica com o personagem que pratica agressão. Uma coisa é você assistir a um filme de um homem que mata todos os seus inimigos, outra é você mesmo assumir a identidade desse homem num game onde você usa a arma e se envolve emocionalmente no "prazer" de matar os outros personagens com as próprias mãos. Esse tipo de jogo tem as seguintes conseqüências na vida do jogador: 1: Ajuda-o a adquirir atitudes favoráveis ao uso da violência. 2: Ajuda-o a presumir que os outros também têm atitudes semelhantes de agressividade. 3: Ajuda-o a acreditar que as soluções violentas são eficazes e adequadas para resolver os problemas da vida. 4: Ajuda-o a ver as atitudes agressivas para com os outros, tais como brigar e atirar, como atitudes necessárias e adequadas para lidar com os outros. (http://www.almenconi.com/topics/games/vent20.html)

Os filmes violentos e imorais da televisão têm um impacto importante na vida dos jovens, porém os jogos em que eles interpretam um personagem que usa armas e violência os treinam para adquirir características de comportamento do personagem que eles adotaram. Embora nem todo jovem se torne assassino como conseqüência dessa influência negativa, é inegável o fato de que os RPGs podem modificar as atitudes.

Um dos RPGs que conheci era uma corrida de moto em que era preciso chutar, dar socos e usar uma corrente o tempo todo contra os outros competidores. À primeira vista, parecia só diversão, mas os personagens que eu e os outros jogadores tínhamos de assumir eram motoqueiros que, na vida real, se entregavam à anarquia, bebedeira, prostituição e brigas. Se na vida real o cristão e qualquer outra pessoa decente procura não se aproximar de nada que tenha ligação com esses comportamentos, por que deveríamos abrir uma exceção na "diversão"? Se na vida real não podemos chutar e dar socos em outros competidores esportivos, por que deveríamos nos acostumar com essas agressões num entretenimento? Aliás, se soubéssemos que um evento em que queremos entrar é aberto a agressões, é claro que evitaríamos participar. Chutes e socos são atos ilegais em atividades esportivas como corrida e outras competições.

Aproveitando bem nosso tempo

Contudo, mesmo que os RPGs não tivessem nenhum conteúdo satânico, imoral ou violento, ainda assim precisamos parar para perguntar: "Será que preciso gastar horas num jogo?" Afinal, a Palavra de Deus esclarece que não devemos evitar somente o que é obviamente mal. Precisamos evitar tudo o que ocupa desnecessariamente muito de nosso tempo.

"Os dias em que vivemos são maus; por isso aproveitem bem todas as oportunidades que vocês têm." (Efésios 5:16 BLH)

"Tudo me é permitido", mas nem tudo convém. "Tudo me é permitido", mas eu não deixarei que nada me domine. (1 Coríntios 6:12 NVI)

Confesso que alguns jogos de computador são tão excitantes que é difícil jogar apenas uma hora. O poder viciador de um RPG aprisiona os jogadores e alegra e enriquece seus fabricantes! Ainda que venham a criar RPGs evangélicos, isso não quer dizer que passar muito tempo jogando é a mesma coisa que passar muito tempo lendo a Bíblia. Será que convém investir muito do nosso tempo em algo que não é errado, mas que não é tão importante quanto passar tempo com Jesus na Palavra de Deus? Além disso, há sempre a necessidade de se cultivar maior tempo de comunhão com a família ou permanecer mais tempo diante de Deus em oração e adoração. É claro que o mesmo princípio também se aplica a outros tipos de entretenimento além dos RPGs. Seria desigual e injusto passarmos só meia hora por dia na Palavra de Deus enquanto permitimos que programas de TV, ainda que não sejam indecentes, se apoderem de horas de nosso precioso tempo.

Por experiência, posso dizer que quando passamos muito tempo com Jesus lendo sua Palavra, somos fortalecidos. Não deixo de passar um dia sem ler e estudar no mínimo 20 capítulos da Bíblia, em oração. Posso me entreter, sem gastar muito do meu tempo numa diversão. No entanto, achei mais justo trocar os longos horários de entretenimento por momentos mais longos na presença de Deus. É assim que aproveito todas as oportunidades que tenho para conhecer Jesus melhor e crescer na sua graça.

Contaminação Espiritual

Certa vez joguei um RPG de computador na casa de amigos evangélicos e ao prestar bem atenção percebi que a cada nível que o jogador passava aparecia, num piscar de olho, um símbolo como o pentagrama e a cruz de cabeça para baixo. Esses símbolos vinham de maneira tão rápida e sorrateira que mal dava para ver, tornando bastante suspeito os motivos de sua colocação e propósito. Ninguém os usaria sem um objetivo em mente. Se o poder da magia é real e forte, quem foi usado para colocá-los estava, conscientemente ou não, dando espaço para influências demoníacas na mente e vida dos jogadores incautos. "Porque não ignoramos os seus ardis". (2 Coríntios 2:11 RC)

O mundo espiritual é complexo e há perigos que não são imaginação. A Palavra de Deus ensina que o risco de contaminação espiritual existe e precisamos evitar até mesmo mencionar nomes de demônios (cf. Êxodo 23:13). Quando alguém permite em seu lar um objeto consagrado a qualquer entidade espiritual que não seja o único Deus verdadeiro, ele pode desnecessariamente sofrer sérias conseqüências. "Não meterás, pois, coisa abominável em tua casa, para que não sejas amaldiçoado, semelhante a ela; de todo, a detestarás e, de todo, a abominarás, pois é amaldiçoada." (Deuteronômio 7:26 RA)

A contaminação espiritual pode ocorrer através dos olhos. "Não porei coisa má diante dos meus olhos; aborreço as ações daqueles que se desviam; nada se me pegará." (Salmos 101:3 RC) Nesse Salmo, o rei Davi mostra que ele tinha todo o cuidado para não trazer para seu lar nenhum tipo de objeto espiritualmente suspeito, a fim de que ele e outros em sua família não contaminassem a alma através dos olhos. Nesse caso, pode-se entender contaminação como manter diante de nós um objeto que nos expõe, por vontade própria ou não, a influências espirituais indesejadas. Portanto, podemos ver que Davi jamais pensaria em distrair os olhos e a mente vendo ações violentas, satânicas, imorais ou impróprias dentro de seu próprio lar. É claro que esse princípio bíblico não é útil somente no caso dos RPGs, mas de todas as formas de entretenimento, inclusive TV, revistas, etc.

Jesus ensina que os olhos são a porta para a alma. Se alguém ocupa os olhos com coisas que são da luz, a luz encherá a sua vida. Por outro lado, se ele deixar que seus olhos se distraiam com coisas da escuridão, sua alma não deixará de ser afetada. Jesus diz: "Os olhos são como uma luz para o corpo: Quando os olhos de você são bons, todo o seu corpo fica cheio de luz. Porém, se os seus olhos forem maus, o seu corpo ficará cheio de escuridão. Portanto, tenha cuidado para que a luz que está em você não seja escuridão". (Lucas 11:34-35 BLH)

É por isso que o salmista orava para o Senhor: "Desvia os meus olhos de contemplarem a vaidade." (Salmos 119:37a RC) Vaidade aqui significa coisas sem valor para Deus. Então, nossa responsabilidade é ter cuidado, para que a luz que há em nós e nosso lar não vire escuridão. Afinal, vale a pena contaminar nossas vidas e lares por causa de um entretenimento? Um jogo ou programa inadequado de TV merece esse preço?

Precisamos ser cuidadosos o suficiente para evitar todo tipo de entretenimento suspeito. Na dúvida, é melhor evitar do que se prejudicar. "Abstende-vos de toda aparência do mal". (1 Tessalonicenses 5:22 RC)

Tomando o Devido Cuidado

Colossenses 2:8 revela que se deixarmos que o modo de pensar do mundo nos entretenha continuamente, corremos o sério risco de nos enfraquecer em nossa fé em Cristo. Aplicando às nossas vidas os princípios da Palavra de Deus, não teremos dificuldade de reconhecer um entretenimento inconveniente. Quando um game é impróprio?

Quando incentiva o jogador a agir de um modo não necessariamente ocultista, mas sem ética e moral, como chutar e bater nos outros e tirar a roupas de personagens femininos.

Quando incentiva o jogador a cometer atos que, na vida real, são ilegais, como vandalismo, assédio sexual, roubo, destruição de propriedade, mutilação ou assassinatos a fim de ganhar pontos para avançar.

Os pais precisam ficar sempre alertas para reconhecer e entender o que pode estar influenciando seus filhos. Como então eles podem ajudar os filhos a não se prejudicar com games impróprios?

1. Orando por eles.
2. Incentivando-os a passar muito tempo lendo a Palavra de Deus (de preferência, numa versão como a NVI ou a Bíblia na Linguagem de Hoje). É claro que um dos maiores incentivos é o seu próprio exemplo.
3. Estabelecendo limites adequados para os tipos de entretenimento que podem ser permitidos no seu lar.
4. Assistindo aos programas de TV e jogando games junto com seus filhos. Fique por dentro do que eles estão vendo, ouvindo e usando. Nessas situações, peça a sabedoria de Deus para transmitir valores morais a eles.
5. Evitando games e programas de TV que tenham conteúdo de violência e atos e insinuações indecentes.
6. Dando atenção a eles. Seu filho provavelmente tem alguns jogos favoritos. Jogue com ele e converse sobre os personagens e como eles lidam com os problemas. Ajude-o a entender como a vida realmente funciona e ensine-o a olhar para Jesus e os personagens justos da Bíblia como modelo de pessoas que sabem enfrentar problemas e batalhas.
7. Limitando o tempo que seu filho passa no computador. Ainda que um game que seu filho jogue não seja violento, passar muito tempo jogando vai aos poucos isolá-lo de um contato saudável com a família, trazendo conseqüência e prejuízos sérios para os relacionamentos.
8. Envolvendo-se na vida de seu filho e incentivando-o a cultivar atividades que o ajudarão espiritual, emocional e fisicamente.

A Droga é melhor?

Pr. José Carlos M. dos Santos

Hoje em dia está muito comum e quase natural, sermos abordados por pessoas que nos oferecem drogas, como se fosse a melhor coisa do mundo, enquanto, fica cada vez mais raro, e parece coisa de outro planeta, sermos abordados por pessoas que nos oferecem a melhor coisa do mundo, que é Jesus, como se a vida com Ele fosse uma droga.

Os arautos das drogas argumentam assim; quem usa drogas não é careta, está na moda, em dia com o seu tempo, curte a vida de montão, mostra e aproveita a sua liberdade, faz altas viagens, conhece o paraíso, fica maneiro, esquece os problemas da vida e o stress cotidiano, e totalmente de graça.

É claro que não mostram o outro lado da sua doutrina, que, de graça mesmo, só da primeira vez que te oferece ou, quando muito, até você se tornar um dependente. A partir daí, surge um novo consumidor, de quantidade cada vez maior, de produto cada vez pior, um verdadeiro escravo, que gastará todos os recursos para manter o vício. Quando estes acabarem, vai vender tudo que tem e até o que não tem, pois vai começar a roubar e a matar para poder manter a droga, ainda que a sua mente e moral (enquanto a possuir), seja contra.

Eles dizem que você vai curtir a vida, mas não dizem que é na sarjeta, no submundo, na miséria, na delegacia. Dizem que esquecerá os problemas, e é verdade, você não terá mais com o que nem com quem se preocupar, pois perderá tudo; a sua família, o seu trabalho, a sua saúde. A única preocupação que terá, vai ser a de manter as suas altas viagens, sendo que a mais alta, fica a sete palmos abaixo do chão, após uma overdose, uma agulha contaminada, o corpo vendido que contraiu uma doença terminal, ou pela deterioração que o corpo naturalmente sofrerá.

Há! E tudo isto, claro, não antes de matar os seus amigos e entes queridos, de desgosto, preocupação, tristeza, e até assassinado por algum bandido que você ajudou a patrocinar com o dinheiro que envia aos traficantes quando compra drogas. Talvez seja por um amigão seu, também usuário, freqüentador do paraíso, que no afã de manter o vício, precisou assaltar o seu parente e tudo acabou em morte e tragédia.

Como vê, estes arautos mentem para você, não são dignos de crédito, e só apresentam um lado da verdade. Você só descobrirá toda a verdade, quando não conseguir mais sair. Mas, afinal, o que se tem a perder!? Você não é careta, quer estar na moda, em dia com o seu tempo; e morrer, ser preso, se tornar um mutambo humano, um dependente químico, está na moda, assim como a violência, o tráfico, a bandidagem. Isto sim é ser livre, diferente, bacana, esperto e atual!

Quanto à Jesus! Embora não engane ninguém e diga sempre a verdade, viver com Ele, isto é ser careta. O que Ele tem a oferecer? Isto é que é uma droga. Por isso os seus arautos decrescem a cada dia, e cada vez mais se envergonham de apresentá-Lo às pessoas. Quem teria coragem de traficar o que Jesus oferece?

Ele oferece a verdadeira liberdade ao nos livrar do pecado, como disse: "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres." (João 8:36) Ele liberta da ira, do ódio, do egoísmo, da mentira, do orgulho, dos vícios, do engano de Satanás.

Ele oferece a vida abundante e verdadeira, cheia de propósitos e de objetivos para que possamos curtir, como disse: "O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância." (João 10:10) Ele preenche o vazio que há em nós, dá a razão do nosso existência, do nosso viver, da felicidade plena, e nos enche de alegria verdadeira e constante. Quem quer isto?

Ele nos faz viajar nas coisas espirituais, na Sua Palavra e promessas. Nos faz caminhar ao Seu lado, arrebatando-nos, dando sonhos, visões, e oferecendo uma linda viagem para o céu, para estarmos ao Seu lado por toda a eternidade, como disse: "Virei outra vez, e vos tomarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também." (João 14:6) Alguém desejaria algo assim?

Quanto aos problemas, destes Ele não nos livra, mas novamente prova ser verdadeiro. Antes, nos adverte que teremos muitos problemas, como disse: "No mundo tereis aflições; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo." (João 16:33) Mas Ele nos dá esperança, pois venceu, e promete estar para sempre ao nosso lado, mesmo em meio aos problemas, como disse: "E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos." (Mateus 28:20)

Ele nos livra de encarar os problemas de modo errado; "Pois tenho para mim que as aflições deste tempo presente não se podem comparar com a glória que em nós há de ser revelada." (Romanos 8:18) Livra-nos da expectativa e ansiedade (que é o que faz sofrer diante dos problemas), ao afirmar que Ele tem cuidado de nós: "Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças." (Filipenses 4:6)

"E disse aos seus discípulos: Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, nem quanto ao corpo, pelo que haveis de vestir. Pois a vida é mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário. Considerai os corvos, que não semeiam nem ceifam; não têm despensa nem celeiro; contudo, Deus os alimenta. Quanto mais não valeis vós do que as aves! Ora, qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura? Porquanto, se não podeis fazer nem as coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas outras? Considerai os lírios, como crescem; não trabalham, nem fiam; contudo vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles. Se, pois, Deus assim veste a erva que hoje está no campo e amanhã é lançada no forno, quanto mais vós, homens de pouca fé? Não procureis, pois, o que haveis de comer, ou o que haveis de beber, e não andeis preocupados. Porque a todas estas coisas os povos do mundo procuram; mas vosso Pai sabe que precisais delas. Buscai antes o seu reino, e estas coisas vos serão acrescentadas." (Lucas 12:22-31) Esta é a promessa de Jesus, quem vai querer!

É isto que Ele tem a oferecer!? Amor? Paz? Perdão? Felicidade? Alegria? Vida plena e sem ansiedade? Comunhão e intimidade com Deus? Resposta ao que pedirmos com fé em oração? Salvação? Vida eterna? E tudo de graça, porque Ele já pagou o que era devido, com a sua própria vida e seu sangue derramado, devido ao amor com que me amou? Como diz: "Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós." (Romanos 5:8)

Compare estas duas realidades e descubra qual é a verdadeira droga. Observe e compare a vida e o fim das pessoas que aceitam o que o traficante oferece com a vida e o fim das pessoas que aceitam o que Jesus oferece, depois faça a sua escolha. Mas não seja careta, seja apenas esperto, compare antes de escolher o que será melhor para você. Decida-se em quem vai acreditar, e lembre-se destes dois textos: "Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele conduz à morte." (Provérbios 14:12); "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." (João 8:33) Depois, curta a vida ao máximo, no limite do que a sua escolha puder ofertar.

Boa Sorte Um Termo Que os Cristãos Não Deveriam Usar

Um Termo Que os Cristãos Não Deveriam Usar

Pr. Ron Riffe

Para um filho genuíno de Deus não existe sorte, acaso ou fortuna! Servimos a um Deus soberano e tudo o que acontece conosco é causado ou permitido por Ele. Independente se consideramos os acontecimentos como bons ou maus, todos eles tomados em conjunto, são para nosso bem final.

Em menos de um ano, cinco ou seis (perdi a conta) furacões ou tempestades tropicais devastaram partes da Flórida e do Alabama - e milhões de pessoas tiveram suas vidas afetadas e suas propriedades destruídas. Enquanto eu estava limpando os relativamente poucos entulhos no meu quintal pela segunda vez, percebi o quão bondoso Deus foi em poupar novamente este meu pequeno canto do mundo. Nas duas vezes, os trajetos previstos para os furacões Ivã e Dênis deveriam passar direto sobre nossa pequena cidade na região central do Alabama, ou ligeiramente para o oeste, o que é ainda pior em termos de danos potenciais. Orar? Pode acreditar que oramos! Nas duas vezes, o olho da tempestade - totalmente ao contrário do que diziam os serviços de previsão do tempo - reduziu-se em intensidade e deslocou-se para o leste em cerca de 40-50 km, causando poucos estragos na nossa região. A previsão dizia que teríamos ventos de 110-130 km/h, podendo chegar a picos de 160 km/h - o que teria devastado muitas residências e derrubado inúmeras árvores, os cabos da rede elétrica, etc. Mas graças a Deus, Ele achou apropriado nos poupar.

Fomos afortunados em ter escapado da fúria dessas tempestades? Tivemos sorte enquanto aqueles que sofreram as perdas foram azarados? Infelizmente (observe como as palavras relacionadas foram incorporadas na nossa língua) com freqüência usamos esses termos para descrever nosso alívio (ou aflição) após as tempestades da vida passarem sobre nós. Mas precisamos compreender que para o filho genuíno de Deus não existe sorte, acaso ou fortuna! Servimos a um Deus soberano e tudo o que acontece conosco é (1) causado ou (2) permitido por Ele. Independente se consideramos essas coisas como boas ou más, todas elas tomadas em conjunto, são para nosso bem final:

"E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito." [Romanos 8:28]

Quase posso ouvir as respostas incrédulas de alguns que sofreram por causa dos furacões: "Então você diz que a morte de meus familiares e o prejuízo material no meu patrimônio foram para o meu bem?!!!" Sim, se você é um cristão nascido de novo em Jesus Cristo, isso é exatamente o que Deus diz em Sua Palavra.

Mas como pode algo tão terrível ser considerado bom? Tudo depende de como você olha para a situação. O patriarca Jó certamente não apreciou perder seus filhos e tudo o que ele possuía quando Deus literalmente autorizou o diabo a tirar tudo o que ele tinha. (Leia os dois primeiros capítulos do livro de Jó para conhecer os detalhes). Ah, Jó gemeu e resmungou como o resto de nós tem a tendência de fazer - mas ele "não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma." (Jó 1:22) Em um dos mais sublimes comentários já feitos por um mero mortal atribulado por essas circunstâncias, Jó disse:

"Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu, e o SENHOR o tomou: bendito seja o nome do SENHOR." [Jó 1:21; ênfase adicionada]

Jó compreendia um princípio que freqüentemente escapa da compreensão dos cristãos: Deus é soberano nos assuntos humanos e aquilo que no fim trará honra para Ele será feito - independente de quão horrível possa parecer para nós no momento. Esse sofrimento - particularmente quando não é punição pelo pecado - é repugnante para nós, criaturas pecadoras, porque achamos que ele é injusto. Mas a Palavra de Deus diz claramente que Jó servia a Deus e era um homem íntegro e reto (isto é, não havia pecado não confessado em sua vida) - porém Deus permitiu que ele sofresse:

"E disse o SENHOR a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal." [Jó 1:8]

Não devemos negligenciar o ponto vitalmente importante que Deus na verdade direcionou a atenção de Satanás para Seu servo ao perguntar se ele o tinha "observado". Ao enfatizar a devoção, a piedade e a integridade pessoal do homem, o efeito foi comparável a um toureiro acenar a capa vermelha diante de um touro enfurecido!! O velho e indefeso Jó foi atingido por uma série de "furacões" sobrenaturais produzidos pelo diabo e nem sequer os viu em formação! Mas isso foi o resultado de um "passo em falso" da parte de Deus, como alguns parecem acreditar? O raciocínio carnal insiste que Ele nunca permitiria essa tragédia atingir um dos Seus filhos amados - a não ser que eles estivessem sendo punidos por algum comportamento pecaminoso! Foi exatamente a essa conclusão que os amigos de Jó chegaram ao tentarem consolá-lo. Mas eles estavam errados, como podemos ver pelas seguintes declarações de Deus sobre eles:

"Sucedeu que, acabando o SENHOR de falar a Jó aquelas palavras, o SENHOR disse a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos, porque não falastes de mim o que era reto, como o meu servo Jó. Tomai, pois, sete bezerros e sete carneiros, e ide ao meu servo Jó, e oferecei holocaustos por vós, e o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que eu não vos trate conforme a vossa loucura; porque vós não falastes de mim o que era reto como o meu servo Jó." [Jó 42:7-8]

A previsão presunçosa de Satanás sobre o que Jó faria quando colocado sob extrema pressão provou ser apenas mais um exemplo errôneo de sua lógica pervertida. Ele é um ser criado e não é onisciente, mas possui um ego estupendo (se é que esse termo pode ser aplicado a um ser sobrenatural). Portanto, ao permitir que o diabo desse seus melhores tiros ao atacar Jó, Deus foi honrado quando Jó passou no teste.

Todos os cristãos precisam aprender com isso que quando as tribulações da vida vêm sobre nós, o modo como respondemos pode ser um poderoso testemunho para as outras pessoas. Se não cairmos no choro, com autocomiseração e desânimo, nosso comportamento se destacará em total contraste com aquilo que a maioria consideraria normal naquelas circunstâncias. A razão é que somente a graça de Deus pode permitir que alguém O louve enquanto está no meio de extrema adversidade. E isso sempre teve um profundo efeito sobre algumas pessoas que testemunham a atitude. Muitos cristãos que morreram como mártires no passado deixaram um testemunho positivo atrás de si, porque todos diziam que eles morriam bem.

Ao pensar sobre esse assunto, observei que existem três "P"s associados com as razões por que o povo de Deus sofre (a primeira acabou de ser discutida):

(1) De modo a trazer honra e glória à Providência (outro termo para Deus)

(2) Por causa de Punição

(3) Por causa de Perseguição


Punição? Certamente! Os pais terreais punem seus filhos quando eles não se comportam direito e Deus faz o mesmo com Seus filhos:

"Porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos." [Hebreus 12:6-8]

Portanto, nenhum verdadeiro discípulo de Jesus Cristo deve pensar tolamente que pode praticar pecado e permanecer incólume! Nada escapa da atenção de Deus e mais cedo ou mais tarde a vara da correição será aplicada. A Bíblia diz que o rei Davi era um homem segundo o coração de Deus (1 Samuel 13:14 e Atos 13:22) mas isso não o isentou de ser punido após cometer adultério com Bate-Seba e planejar a morte do marido dela. A misericórdia foi estendida a ele por causa do seu arrependimento e sua vida foi poupada (sob a Lei Mosaica, ambos os pecados implicavam em pena de morte), mas como Deus lhe disse por meio do profeta Natã - a espada jamais se apartaria de sua casa (2 Samuel 12:10). Desde aquele dia até o fim de sua vida, alguns dos filhos de Davi continuamente trouxeram desonra a ele e ao seu reinado ao cometerem atos vergonhosos de assassinato e traição.

Há então a perseguição.

"E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições." [2 Timóteo 3:12]

Se fizermos uma análise sintática e mudarmos um pouco a ordem das palavras nesse verso, podemos ver que um cristão que não está sofrendo perseguição não está vivendo de forma devotada e piedosa em Cristo Jesus! Uma vez que o Espírito Santo passa a residir na vida de um cristão, a guerra espiritual com a multidão que segue o diabo inicia. Os amigos que permanecem incrédulos rapidamente se afastam porque a presença do Espírito Santo os deixa em desconforto. Normalmente, essa é a primeira perseguição que um novo cristão nascido de novo enfrenta. Ela é sutil, mas pode se tornar declaradamente hostil se as pessoas forem pressionadas a dar uma resposta sobre a razão de seu afastamento. Até mesmo os familiares incrédulos exibirão sintomas de um esfriamento no relacionamento. O amor ainda existe, mas uma barreira espiritual invisível aparece no meio e a frustração da parte deles será evidente à medida que o vão se alarga e aprofunda. Além disso, à medida que o cristão cresce na graça e no conhecimento de Jesus Cristo, haverá um correspondente grau de separação do mundo e de suas atitudes e ações. Caminhar com o Senhor e evitar essas coisas é uma afronta àqueles que estão no caminho da perdição e eles acusarão o crente em Cristo de "pensar que é melhor do que os outros" por não participar mais do estilo de vida pecaminoso. Então, quando o diabo consegue usar uma questão pública sensível (como o atual debate sobre o aborto) para incitar a violência das massas, há somente um pequeno passo de uma atitude de ressentimento contido para a de uma retaliação furiosa. Logicamente, os detalhes específicos são todos diferentes, mas os mártires cristãos foram levados à morte por causa da mesma reação básica da natureza humana - perseguir e eliminar todos que se atrevem a discordar do pponto de vista das massas - especialmente aqueles que discordam de forma declarada e aberta.

Você é um cristão que está padecendo alguma forma de sofrimento? Em caso afirmativo, não está experimentando "falta de sorte"! Deus ou está castigando você por mau comportamento, ou permitindo que você O honre diante dos outros ao demonstrar uma atitude piedosa no meio da tribulação. Portanto, se sabe que fez algo que merece o castigo de Deus, então arrependa-se, pare de praticar o pecado e reivindique a promessa em 1 João 1:9:

"Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça." [1 João 1:9]

Por outro lado, se você sabe em seu coração que sua comunhão com o Senhor não está interrompida, mas está sofrendo mesmo assim - dê um olho roxo ao diabo louvando a Deus pelo privilégio de sofrer pelo Seu nome!

Enfrentar a morte com um senso de humor e um espírito tranqüilo é algo que tocará até mesmo os homens mais endurecidos. Talvez nunca venhamos a saber o bem que será produzido deste lado da glória, mas Deus está tomando nota e abundantemente recompensará aqueles que permanecerem fiéis.

Não somos "sortudos" por termos um Salvador tão maravilhoso? (Grande sorriso!)




O Brasil precisa de pastores de caráter limpo

Pr. José Carlos M. dos Santos

O caráter de um pastor define o seu ministério. Isso significa que um pastor cujo caráter é íntegro produzirá um ministério limpo, cheio de graça e de verdade, um ministério sem nebulosidades. Contudo, um pastor sem caráter, invariavelmente, produzirá um ministério fajuto, de mentirinha, caracterizado pela arrogância, vaidade, roubos (não só financeiros, mas de tempo e de vidas), adultérios e neuroses pessoais pretensamente anunciadas como revelações de Deus.


Não adianta um ministério aclamado pelos homens, mas reprovado por Deus. No final, o que conta mesmo é minha vida diante de Deus. Quando se trata de liderança pastoral há um trecho da palavra de Deus que muito me chama a atenção. É o texto de Mateus 7:21-23, que diz: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade.”

O curioso nesse texto é que todas as realizações alegadas pelos que estão sendo reprovados no juízo final são funções associadas à liderança pastoral: profecias, expulsão de demônios, realização de milagres. Só líderes no reino de Deus realizam tais tarefas. O Senhor, entretanto, os reprova, pois o coração desses líderes não era limpo, seu testemunho era condenável, suas motivações mais íntimas eram mesquinhas e egoístas. Na verdade, esses líderes tomavam o nome de Deus em vão todas as vezes que realizavam milagres, profetizavam ou expeliam demônios, pois no dia-a-dia “praticavam a iniqüidade”, promoviam a si mesmos.

Jesus, no sermão do Monte, entre outras bem-aventuranças, declarou que são “bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mt. 5:8). Deus se importa muito com um coração limpo. Por essa razão, Jesus inclui os limpos de coração em suas bem-aventuranças.

O pastor precisa ter coração limpo se deseja servir a Deus com integridade e um testemunho pessoal aprovado. Davi escreve “Quem subirá ao monte do Senhor? Quem há de permanecer no seu santo lugar? O que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à falsidade, nem jura dolosamente” (Salmo 24:3-4). Por isso, o líder da igreja, deve conservar o “mistério da fé com a consciência limpa” (I Tm. 3:9).

Manter um bom testemunho por ter um coração limpo não necessariamente fará do pastor um sucesso entre os homens. Pelo menos enquanto este pastor estiver vivo. Depois de morto é outra história. Não obstante, é o bom testemunho que fará desse líder um vitorioso diante do Seu Senhor, pois Deus sabe que o bom testemunho agrega as ovelhas, enobrece o reino de Deus, honra o nome do Senhor, não escandaliza os mais fracos na fé.

Portanto, cabe a cada líder pastoral avaliar diariamente como está o seu coração. Esse exercício devocional é imprescindível para ser bem sucedido no ministério da Palavra, pois somente os limpos de coração verão a Deus e, assim, serão considerados bem-aventurados.

PASTORES FIÉIS

PASTORES FIÉIS

Pr. Sylvio Macri

A palavra da hora é fidelidade e o nosso objetivo é aperfeiçoar os santos no cultivo da fidelidade. Mas sabemos que uma parte importante disso somente se dará pelo fato de termos pastores fiéis. É legítimo afirmar que para termos igrejas fiéis precisamos de pastores fiéis. Quando uma igreja sai dos trilhos, geralmente é porque o pastor dela já saiu antes. Mas o que é um pastor fiel? Nestes tempos de tanta variedade denominacional, teológica e metodológica (e de tanta liderança personalista), é possível traçar perfis divergentes daquilo que seria um pastor fiel. Por isso, é necessário novamente voltar à Bíblia e deixar que ela fale por si mesma, permitir que ela seja um parâmetro único para essa definição. Como diz o profeta Isaías: “À Lei e ao Testemunho!” (Is.8:20). Vamos à Bíblia, pois!

Quando o Jesus ressurreto perguntou a Pedro, por três vezes, se este o “amava”, a cada uma de suas respostas replicou com a seguinte recomendação: “Pastoreia as minhas ovelhas” (Jo.21:15-17). Apesar do desprezo que os rabinos farisaicos dedicavam à profissão de pastor de ovelhas, que era sempre suspeito de desonestidade e não era aceito nem como testemunha em um julgamento, foi esta a figura que Jesus usou para responsabilizar a Pedro pelo cuidado dos seus discípulos após sua ascensão, bem como para falar do amor de Deus para com os pecadores (Lc.15:1-7) e também para falar de si mesmo como responsável pelas suas ovelhas (João 10). A função do pastor nas terras da Palestina exigia paciência, cautela e honestidade. No verão seco, em terra fraca, não era fácil achar novas pastagens e água suficiente. Era muito difícil atingir o equilíbrio correto entre a alimentação, o abastecimento de água, o descanso e a viagem. O pastor devia cuidar incansavelmente dos animais indefesos (Ez. 34:1-31). A sua dedicação era posta à prova quando tinha que guardar o rebanho, noite após noite, contra os animais selvagens e os salteadores (João 10:12).

Os títulos efetivamente usados no Novo Testamento para o líder principal da igreja local foram “presbítero” (ou “ancião”) e “bispo”. Somente em Ef.4:11 encontramos a menção de “pastores”. Mas quando os autores bíblicos queriam falar da função desse líder, usavam o verbo “pastorear”, como Paulo em At.20:28-31, falando aos presbíteros de Éfeso: “Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue. Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. Portanto, vigiai, lembrando-vos de que, por três anos, noite e dia, não cessei de admoestar, com lágrimas, a cada um”. E como Pedro, em I Pd.5:1-3: “Portanto, apelo para os presbíteros que há entre vocês: Pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados, olhando por ele; não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer; não por ganância, mas desejosos de servir; não como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplos para o rebanho”.

Há uns anos atrás uma parenta minha, tendo ido à sua igreja num domingo, foi cumprimentada pelo pastor da seguinte maneira: “Muito obrigado pela sua visita. Volte sempre”. Ao que ela respondeu: “Mas eu não sou visitante, sou membro desta igreja há muitos anos. Na verdade, sou nora do pastor anterior”. O que mais me impressionou no livro “Uma Igreja Com Propósitos” (Ed. Vida, SP, 7ª. Impressão, 2002), de Rick Warren, um dos líderes evangélicos mais incensados (e também mais emulados) da atualidade, foi a sua declaração de que um pastor não pode cuidar de mais do que duzentas ovelhas, afirmação esta que entra em flagrante contradição com o resto do livro (ao chegar a este trecho - p. 125 - quase abandonei a leitura). Ele está certo e esta constatação não é só dele. Outros estudiosos da obra pastoral já disseram a mesma coisa. Duvido que qualquer pastor em sã consciência e com a alma pura, possa dizer o contrário.

Na verdade, pelo menos para mim, este número é menor ainda. Ao iniciar meu ministério estabeleci que queria ser um pastor como Jesus: queria conhecer as minhas ovelhas e ser conhecido por elas (Jo.10:14). Isto quer dizer, no mínimo, saber o nome, o endereço, a idade, a profissão, as doenças, os dons, o nome dos filhos, as idéias, o estilo de vida, etc., de cada uma das ovelhas. Significa também, interagir com elas pessoalmente, não apenas através do púlpito, ou do telefone, mas também através da visitação e do compartilhamento nas horas alegres e tristes. Tenho sido pastor de seis igrejas ao longo de trinta e oito anos, nenhuma delas com mais de cem membros. Evidentemente, tive e tenho as minhas limitações pessoais e não quero comparar-me a outros pastores, mas cheguei à conclusão de que para ser fiel ao padrão bíblico não poderia ser pastor de outra maneira.

Há pouco tempo recebi uma correspondência de uma “mega-igreja”, convidando-me para um evento que seria liderado por vários de seus pastores. Fiquei impressionado com a quantidade e a diversidade de pastores e suas funções. Havia pastor de todo tipo, mas não havia nenhum pastor “pastor”, isto é, pastor de ovelhas.

Entendo que para ser um pastor fiel, a primeira coisa a fazer é, simplesmente, “pastorear”. E pastorear é encorajar a cada um, de casa em casa, noite e dia , se preciso com lágrimas; é trabalhar e dar exemplo; é socorrer os necessitados; é dar mais do que receber; é servir com humildade (Atos 20:17-38). Pastorear é alimentar e abrigar as ovelhas, defendê-las e mesmo dar a vida por elas (Jo.10). Pastorear é buscar as ovelhas desgarradas, livrá-las dos perigos e dos inimigos, curar suas feridas (Lc.15:1-7). Pastorear é amar como Deus ama, é contentar-se com o suficiente para o seu sustento, é não tiranizar o rebanho, é ser um modelo a ser seguido pelo rebanho (I Pd.5:1-9 e I Tm.6:8). Se não estivermos fazendo isto, não estamos sendo pastores fiéis.

Pastor fiel é aquele que maneja bem a Palavra de Deus (II Tm.2:15), retendo-a firme e fielmente, para que seja poderoso tanto para ensinar os que querem aprender como para convencer os contradizentes e tapar a boca dos insubordinados e enganadores (Tt.1:9-11). É o que prega a Palavra com integridade, quer os ouvintes achem conveniente quer não, quer queiram ouvir ou sintam coceira nos ouvidos (II Tm.4:2-4), não se esquivando nunca de anunciar todo conselho de Deus (At.20:27), para que saibam que esteve no meio deles um profeta (Ez.2:1-10). É aquele que não manipula a Bíblia, usando-a para justificar suas visões pessoais (Jr.23:25-28), nem falsifica-a ou adultera-a para satisfazer vaidades ou interesses pessoais (II Co.2:17 e 4:2).

Pastor fiel é o que vela pelas ovelhas, como quem há de prestar contas delas ao Senhor que as confiou às suas mãos (Hb.13:17 e I Pd.5:3). É o que sente diariamente o peso da preocupação com os problemas que afligem as ovelhas (II Co.11:28-29). É o que sofre com as tribulações que se abatem sobre elas (I Ts.3:1-8). É o que intercede dia e noite pelas ovelhas, exercendo essa faceta sacerdotal do ministério pastoral (Jo.17:1-26; Ef.1:15-23; Fp.1:3-11; Cl.1:9; I Ts.1:2,3;2:13;3:9-13).

Um pastor fiel há de viver uma vida irrepreensível como ser humano, marido, pai e como cristão, para que possa liderar a igreja com integridade (I Tm.3:1-7). Finalmente, ele colocará o ministério acima da própria vida (At.20:24); cumprirá sua missão sem esperar glória ou reconhecimento humanos, na certeza de que aquele em quem creu, e que o chamou para ser pastor, será suficiente e poderoso para guardar o seu tesouro até o dia final (II Tm.1:12), e de que esse Supremo Pastor se manifestará naquele dia e lhe dará a imarcescível coroa de glória (I Pd.5:4 e II Tm.4:6-8).


Uma Repreensão Severa (Aos Pastores)


Pr. José Carlos M. dos Santos

Você está realmente anunciando "todo o conselho de Deus", ou apenas dizendo palavras aprazíveis em sermões edulcorados e baseados no tema "sinta-se bem consigo mesmo" para conseguir construir sua mega-igreja?




O problema não é recente; existe desde o surgimento da igreja. Porém, nestes últimos dias, cego guiando outro cego (Mateus 15:14) tornou-se uma pandemia e de grande influência para a apostasia espiritual no meio cristão. O apóstolo Paulo identificou essa triste realidade e fez a seguinte declaração:

"E espero no Senhor Jesus que em breve vos mandarei Timóteo, para que também eu esteja de bom ânimo, sabendo dos vossos negócios. Porque a ninguém tenho de igual sentimento, que sinceramente cuide do vosso estado; porque todos uscam o que é seu, e não o que é de Cristo Jesus." [Filipenses 2:19-21]

Quem eram esses "todos os outros" a quem Paulo se referia? Ambos, ele e Timóteo, eram ministros do evangelho - pastores espirituais, de quem se esperava interesse pelo bem-estar dos crentes. Igualmente, é claro que pelo menos alguns dos "outros" eram ministros declarados. Um deles - Demas - era um colaborador de Paulo (Filemom 1:24; Colossenses 4:14), porém mais tarde o desamparou, "amando o presente século" (2 Timóteo 4:10).

Para pôr as coisas no contexto, Paulo disse isto se referindo aos crentes que estavam com ele em Roma:

"E muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor. Verdade é que também alguns pregam a Cristo por inveja e porfia, mas outros de boa vontade; uns, na verdade, anunciam a Cristo por contenção, não puramente, julgando acrescentar aflição às minhas prisões. Mas outros, por amor, sabendo que fui posto para defesa do evangelho." [Filipenses 1:14-17]

Alguns dentre os que pregavam o faziam por boas razões, porém outros não. O triste era que somente Timóteo, mais ninguém, estava em condições de ajudar Paulo a administrar as necessidades em Filipos. Epafrodito, amigo e companheiro de Paulo (verso 25), foi enviado juntamente com Timóteo, de modo que não creio que ele estivesse incluído na declaração sobre aqueles que buscavam seus próprios interesses.

Seu pastor realmente tem cuidado das ovelhas? Ou você admite que, mesmo tendo ele (ou "ela" em muitos casos hoje) muitas qualidades, no fundo você tem a impressão que existe um interesse de cconstruir um império? Bem, se esse é o seu caso, você não está sozinho! A mega-igreja é, incontestavelmente, a moda hoje em dia e muitos pastores auxiliares são empregados para cuidar das ovelhas - porque o "pastor titular" não conseguiria sozinho fazer isso. Meus amigos, cães-pastores não são pastores! (Calma - não estou chamando eles de cães - estou apenas fazendo uma ilustração). Em algum momento as congregações perderam de vista o fato de que pastorear pessoas e arrebanhá-las são duas coisas diferentes.

Minha segunda pergunta é esta: Você está realmente sendo instruído em "todo o conselho de Deus" (Atos 20:27), ou apenas tendo seus ouvidos coçados?

"Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências." [2 Timóteo 4:3; ênfase minha]

A natureza humana ama o entretenimento e a satisfação. E muitos indivíduos que possuem carisma podem ler as Páginas Amarelas e mesmo assim cativar as pessoas. Acrescente uma música cuidadosamente selecionada para mexer com as emoções, misturando ritmos conhecidos com uma mensagem superficial - e eis ai um combinação poderosa! Adolf Hitler não declarava ser ministro do evangelho, mas usou táticas similares para garantir a aceitação da maior parte da população cristã da Alemanha antes da Segunda Guerra Mundial. Portanto, se você acha que não pode ser enganado e iludido nesse aspecto, a história mostra o contrário!

Os pregadores estão usando sermões (se é que podem ser chamados de sermões) para tocar nas emoções humanas e encantar as multidões. Paz, amor e uma sensação de pertencer são necessidades básicas arraigadas na alma humana. E muitos indivíduos sem escrúpulos estão explorando essas necessidades a fim de manipular as massas. Se você duvida dessa afirmação, basta observar cuidadosamente o conteúdo dos noticiários da TV quando eles, por alguma razão, mostram multidões nas igrejas como parte de sua programação. Quase sem exceção eles mostram pessoas em situações próximas a um transe, gingando o corpo de acordo com a música e "erguendo as mãos santas em adoração". Essas multidões encontram-se emocionalmente energizadas por um pacote de sermão e música cuidadosamente preparados para alcançar um resultado esperado. O efeito é persuasivo, pois as pessoas querem mais e mais dessa sensação e sentem um vazio quando não recebem sua carga emocional semanal.

E falando nisso, vem à minha mente a seguinte passagem:

"Que dizem aos videntes: Não vejais; e aos profetas: Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos coisas aprazíveis, e vede para nós enganos." [Isaías 30:10, ênfase minha]

Permitam-me apresentar uma situação hipotética para ilustrar o que quero dizer. O que aconteceria se um general usasse esse tipo de retórica agradável aos ouvidos ao discursar para suas tropas antes de enviá-las à batalha? Você acredita que um sentimento de "entusiasmo e tranqüilidade" manteria os ânimos dos soldados equilibrados quando eles observarem os horrores da guerra? A realidade é muitas vezes desagradável, porém sempre necessária aos crentes, pois devemos enfrentar as batalhas espirituais do cotidiano. E a pregação que deixa de "reprovar, repreender e exortar" (2 Timóteo 4:2) por que o pastor está ocupado demais fazendo com que as pessoas se sintam bem consigo mesmas é perigosa. Quando o Diabo anda em derredor, buscando a quem possa tragar (1 Pedro 5:8) e está prestes a derrubar a porta - então, meus amigos, não é tempo para dizer palavras aprazíveis aos ouvidos!

Um pregador que deixa de "quebrar alguns ovos" regularmente, por que tem o objetivo de ser popular, não está qualificado para o ministério. Se ele fizer seu trabalho corretamente, não será popular para a maioria dos perdidos que lotam as igrejas hoje. Assim, a tentação óbvia é manter um perfil discreto e dar o que eles pedem, esperando que voltem no próximo domingo. Então, se você é realmente bom nesse tipo de contemporização, os amigos deles se juntarão a eles e, brevemente, você será bem famoso. Mas clubes sociais construídos sobre o nome de Jesus Cristo não são a igreja do Novo Testamento.

Como mencionei em artigos anteriores, o objetivo da adoração é reconhecer o infinito valor de Deus e direcionar nossa oração e louvor a Ele. Tudo gira em torno de dar e não receber, mas, de alguma forma, esse princípio foi invertido com o passar dos anos. De forma que agora muitos vêem a igreja como um posto de abastecimento espiritual onde eles enchem o tanque para mais uma semana. Eles sentem-se totalmente desapontados se a "diversão" não corresponder às suas expectativas. Sermões doutrinários tornaram-se tão raros quanto tigres dente-de-sabre, porque todos sabem que a doutrina bíblica divide as pessoas. Pregue-a, enfatize-a e brevemente você terá de fazer as reuniões na sala de estar da casa do pastor, pois a multidão desaparecerá. Mas pergunto - isso é algo ruim? Falo por mim mesmo, pois prefiro ter a oportunidade de pastorear um pequeno grupo de crentes genuínos do que dez mil dissimuladores!

A ordem do Senhor aos discípulos para a evangelização, é "Ide..." (Mateus 28:19; Lucas 16:15), e não diz aos perdidos "Vinde"! Você já parou para pensar nisso? Não há nenhum ensinamento no Novo Testamento que diga que devamos convidar os incrédulos para virem às nossas igrejas "para que possam experimentar a vibração do Evangelho". Sinceramente, você convidaria o Diabo para sentar-se ao seu lado na igreja? Sei que serei criticado por dizer isso, mas é basicamente o que você faz quando convence um dos filhos do Diabo a fazer uma visita. Além disso, a ecclesia, ou "igreja", sendo um ajuntamento de crentes cheios do Espírito Santo, esse incrédulo se sentirá totalmente deslocado. E, se eles não se sentirem constrangidos, a igreja está em falta! A apostasia explosiva que está acontecendo atualmente é prova inegável de que esse costume tem contribuído grandemente para a proliferação do joio no meio do trigo. Métodos mundanos e boas intenções permitiram que esses indivíduos não somente sintam-se à vontade, mas totalmente acomodados à situação! Então eles acabam tornando-se membros e, como as ervas daninhas, sufocam a vida espiritual da igreja.

O que devemos fazer é ir até os perdidos e dar-lhes a mensagem do evangelho. Então, receber em nosso meio todos que responderem e mostrarem evidências de que nasceram de novo; ajudá-los a crescer na graça e no conhecimento de Cristo. Isso envolve evangelismo em nível pessoal. Devido à falta de comprometimento e indolência, tornou-se mais fácil "deixar o pregador fazer o serviço". Basta convidar os incrédulos para virem à igreja, onde o pregador poderá completar o trabalho para que eles sejam salvos. Adicione à mistura pregadores exaltados, que aplicam pressão psicológica, e bingo! O Diabo tem uma brecha para entrar e acumular mais joio.

Aparente zelo de Deus, mas sem entendimento (Romanos 10:2 - onde a palavra grega para entendimento é epignosis, denotando discernimento completo) é, infelizmente, característico da maioria dos ministros hoje. A fixação em números para melhorar a imagem de êxito espiritual é a regra e não a exceção. Todo truque conhecido no mundo da propaganda está sendo usado (e muito eficazmente) para "construir ministérios". Porém, esses ministérios são realmente igrejas, de acordo com a acepção do Novo Testamento? Eles equipam os crentes para viverem por Jesus Cristo em um mundo hostil e a enfrentarem a perseguição peculiar à vida cristã? Ou será que não precisamos reconhecer que a grande maioria está sendo conduzida por flautistas de Hamelin cujo principal interesse é que as pessoas voltem no domingo seguinte?

Nenhum pastor que realmente ama suas ovelhas quer vê-las sem direção. Porém, se ele deixar de "reprovar, repreender e exortar com toda longanimidade e doutrina", em um esforço para evitar ser desagradável - ele as estará prejudicando terrivelmente! A pregação da Palavra de Deus envolve um elemento de disciplina e quando "facilidades" são admitidas, o resultado inevitável é a anemia espiritual entre os adoradores e apostasia entre os meros admiradores.

Portanto, se você olhar ao redor no próximo domingo e perceber que está no meio de uma grande congregação que gravita em torno da personalidade de um pastor que prega mensagens baseadas no tema "sinta-se bem consigo mesmo", meu conselho é: saia enquanto pode!

"Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos receberei." [2 Coríntios 6:17]