Igreja Evangelica Jesus Cristo é o Senhor: SOM ALTO EM MISSA E EM CULTOS NAS IGREJA LIDERAM EM QUEIXAS NO MINISTERIO PUBLICO

segunda-feira, 22 de junho de 2009

SOM ALTO EM MISSA E EM CULTOS NAS IGREJA LIDERAM EM QUEIXAS NO MINISTERIO PUBLICO

SÃO PAULO - Muitos procuram na religião um meio para encontrar paz e tranquilidade. Viver ao lado de templos religiosos na capital paulista, no entanto, não costuma ser um paraíso. Incomodados com o barulho provocado por missas e cultos, os vizinhos de igrejas lideram as reclamações de poluição sonora feitas ao Ministério Público do estado de São Paulo no último ano. O excesso de queixas levou o promotor José Ismael Lutti, da Promotoria do Meio Ambiente, a propor um acordo com as igrejas.- Estamos pensando em convocar os líderes das igrejas com maior número de templos para assinar um termo de ajustamento de conduta, se comprometendo a respeitar a lei (que estipula o barulho que pode ser feito na cidade) - diz Lutti.Nas duas últimas semanas, o jornal "Diário de S. Paulo" visitou dez igrejas - católicas e evangélicas - entre as maiores da cidade, e constatou que pelo menos cinco delas fazem barulho acima do permitido pela lei municipal. A intensidade do ruído foi avaliada com um decibelímetro (aparelho usado para medir o barulho) nas calçadas dos imóveis vizinhos aos templos.Os limites de barulho são definidos pela Lei de Zoneamento. No Brás, zona leste de São Paulo, por exemplo, o ruído não pode ultrapassar 70 decibéis durante o dia e 60 decibéis após 22h. O culto da Igreja Pentecostal O Poder da Fé, entretanto, emitia 80,1 decibéis às 19h30m da terça-feira passada. A 400 metros dali, o decibelímetro marcou 79,3 decibéis durante um culto da Igreja Mundial do Poder de Deus.Entre 1º de janeiro e 31 de maio deste ano, técnicos do Programa de Silêncio Urbano (Psiu) da Prefeitura fizeram 165 fiscalizações em templos. O número é 58,5% menor do que no mesmo período de 2008: 398 operações. A Secretaria de Coordenação das Subprefeituras diz que a queda se deve à adaptação das igrejas à legislação municipal. Se a Prefeitura não resolve, o cidadão procura o Ministério Público. Caso a igreja não se comprometa a instalar o isolamento acústico ou reduzir o volume, está sujeita a punições que vão de multa ao fechamento do templo.Cansado de reclamar de um templo na Rua Otávio de Moura, no bairro do Limão, zona norte da capital paulista, o analista de sistemas Leandro Zavitoski, de 27 anos, decidiu criar uma manifestação na internet. O movimento "Deus não é surdo" (www.deusnaoesurdo.com.br) existe desde 2006 com o slogan "Seja um crente decente, não grite no ouvido da gente" e já publicou cerca de 400 reclamações.- É quase impossível chegar a um acordo com as pessoas que comandam esses espaços. Na maioria do casos, a lei não nos ajuda e o processo se torna extremamente lento e desanimador - afirma Zavitoski.- As pessoas encontram no site um espaço para compartilhar seu sofrimento com os outros - diz.O criador da campanha sentiu na pele os efeitos do excesso de barulho enquanto morava ao lado da igreja.- Perdi as contas de quantas vezes precisei sair de casa para poder estudar para uma prova, para trabalhar ou até mesmo para assistir televisão. Quem mais sofre é o meu pai, que trabalha à noite e usa o dia para descansar - explicou Zavitoski.Além das queixas, o "Deus não é surdo" abre espaço para a divulgação de templos que respeitam os limites de ruído, além de notícias relacionadas ao assunto. Uma das áreas mais populares do site é a enquete que pergunta qual igreja acaba com o sono dos internautas. Desde 28 de março, 880 pessoas votaram.

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