Igreja Evangelica Jesus Cristo é o Senhor: Obama revê escudo antimíssil de Bush

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Obama revê escudo antimíssil de Bush

O presidente Barack Obama rejeitou ontem os planos de seu antecessor, George W. Bush, de instalar um escudo antimíssil na Polônia e República Checa. Em vez disso, o governo americano vai usar um novo sistema de defesa flexível, destinado a interceptar mísseis de curto e médio alcance do Irã.A decisão é a maior mudança de rumo na política de defesa dos EUA desde que Obama tomou posse, em janeiro. O plano anterior previa a instalação de um sofisticado sistema de radar na República Checa e dez interceptadores na Polônia.A Rússia era grande opositora desse plano. Moscou afirmava que o radar poderia ser usado para vigiar grande parte de seu território e os interceptadores eram uma ameaça à sua segurança nacional, pois estariam dentro de sua "esfera de influência". Já a Polônia e a República Checa fizeram do sistema antimíssil bandeiras nacionais e viam a presença militar americana como potencial proteção contra o expansionismo russo.O novo sistema usará mísseis SM-3, menores, localizados em navios, de onde podem ser disparados para deter mísseis vindos do Irã. Posteriormente, os SM-3 ficarão em terra, em países da Europa - provavelmente no sul ou na Turquia, mas pode até ser na Polônia . Em vez do radar avançado na República Checa, o novo plano prevê um detector unidirecional no Cáucaso, voltado para o Irã."O presidente Bush estava certo ao determinar que o programa de mísseis do Irã constitui uma ameaça significativa", disse Obama na Casa Branca. Mas, segundo Obama, novos relatórios de inteligência mostraram que a principal ameaça agora vem de mísseis de curto e médio alcance. "A nova abordagem vai entrar em atividade antes, será construída com base em sistemas já testados e oferece mais defesa contra a ameaça de ataques de mísseis do que o programa de 2007."Integrantes do governo tentaram assegurar que não se trata de abandonar o plano de defesa antimíssil na Europa. "Quem diz que nós estamos desistindo do sistema na Europa está mal informado ou distorcendo a realidade", disse o secretário de Defesa, Robert Gates. A decisão de abandonar o plano de Bush já tinha vazado para o jornal The Wall Street Journal e, por isso, a Casa Branca teve pressa em comunicar a Polônia e a República Checa. Obama telefonou ao primeiro-ministro checo e ao polonês depois da meia-noite. A Casa Branca também enviou funcionários a Varsóvia e Praga para explicar a decisão e acalmar as coisas. A data do anúncio foi infeliz: marca o 70º aniversário da invasão soviética à Polônia. Obama reiterou o compromisso dos EUA com o artigo 5º do Carta da Otan, que determina que um ataque contra um dos membros é um ataque contra toda a aliança atlântica.Os republicanos criticaram duramente a decisão. "Jogar fora o sistema de defesa antimísseis é dar poder à Rússia e ao Irã, à custa de nossos aliados", disse o congressista John Boehner, líder da minoria na Câmara.O senador John McCain disse que a mudança era "seriamente equivocada". John Bolton, o neoconservador que foi embaixador dos EUA na ONU no governo Bush, foi mais ácido. "É quase uma catástrofe para relações dos EUA com o Leste Europeu."CONTER ISRAELO sistema proposto por Bush centrava esforços na interceptação de mísseis balísticos intercontinentais do Irã. Mas, segundo o Pentágono, novos dados de inteligência mostram que o desenvolvimento desses mísseis em Teerã desacelerou, enquanto o de curto e médio alcances aumentou.Um dos motivos para acelerar o plano e ter o escudo mais perto de Israel é acalmar os israelenses, que ameaçam agir contra o Irã.Obama tem uma reunião bilateral com o presidente russo, Dmitri Medvedev, durante a Assembleia-Geral da ONU, na semana que vem em Nova York. Os EUA querem o apoio da Rússia para impor sanções contra o Irã - medida que os russos vêm resistindo. Mas a Casa Branca negou que a Rússia tenha sido o motivo da decisão de engavetar o escudo."Agora a bola está no campo do Kremlin para reiniciar as relações", disse Alexander Kliment, analista do Eurasia Group. "Se Moscou não responder à decisão dos EUA com alguma mudança de política, o reset vai empacar."
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