OMS forma comitê de emergência para preparar o mundo contra o MERS
Pesquisa publicada pelo Instituto Pasteur, mostra que o vírus, mutante, pode significar ameaça maior do que a esperada.
A Organização Mundial de
Saúde está formando um comitê de emergência com especialistas
internacionais como uma forma de se preparar para um possível
agravamento do Middle East Respiratory Syndrome (MERS), conhecido como
Coronavírus do Oriente Médio.
O
especialista da OMS, Keiji Fukuda, afirmou que não há atualmente
nenhuma emergência ou pandemia, mas que é necessário estarem preparados
para qualquer eventualidade.
Pesquisa
A
análise de 55 casos de MERS foi publicada na Lancet, nesta sexta-feira
(5), e indica que o vírus, mutante, pode se tornar uma ameaça muito
maior do que esperado.
Até
agora, foram registrados 77 casos com 41 mortes. A maioria das
infecções vêm de uma fonte animal não identificada, mas já houve casos
de contaminação entre pessoas.
O
estudo, realizado por equipes do Instituto Pasteur, em Paris, chegou a
um " valor básico de reprodução" (número médio de pessoas sob risco para
cada paciente infectado) de 0,69. Assim, para cada 3 pacientes
infectados, duas pessoas saudáveis estariam em risco.
"
Nos preocupamos em não causar pânico. Mas este é o momento perfeito
para identificar o animal hospedeiro e pará-lo, " alerta Arnaud
Fontanet, um dos responsáveis pelo estudo.
Na
comparação com o vírus da Sars, que assolou o mundo em 2002, os
pesquisadores afirmam que " a adaptação da Sars para seres humanos levou
apenas alguns meses, o MERS está circulando há mais de um ano entre
humanos sem se transformar em uma forma pandêmica,"Teste de urina pode prever a rejeição em transplantes renais
O novo teste oferece uma alternativa precisa e não invasiva à biópsia renal, podendo ser realizado rotineiramente
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A análise de três marcadores na urina de pacientes transplantados
renais pode prever a rejeição do transplante, de acordo com resultados
de um ensaio clínico desenvolvido pelo Instituto Nacional de Alergia e
Doenças Infecciosas (NIAID), dos EUA.
Este teste de biomarcadores (moléculas que indicam o progresso de uma
doença) oferece uma alternativa precisa e não invasiva à biopsia renal
normal, na qual os médicos precisam remover um pequeno pedaço de tecido
do rim para avaliar as possibilidades de rejeição.
"O
desenvolvimento de um teste não invasivo para monitorar o status de
rejeição do transplante renal é um importante avanço que permitirá que
os médicos possam intervir precocemente para evitar a rejeição ou lesão
órgão, o que deve melhorar os resultados a longo prazo para os
receptores de transplante", disse o diretor do NIAID, Anthony S. Fauci.
Após um transplante renal, os pacientes recebem terapia para evitar que
seus sistemas imunológicos rejeitem o órgão. Mesmo com a terapia
imunossupressora, aproximadamente 10 a 15% dos pacientes passam pelo
processo de rejeição do rim no período de um ano após o transplante.
"
Atualmente, uma biópsia é realizada somente se o paciente apresenta
sinais de lesão renal. Embora o procedimento raramente cause
complicações graves, ele carrega alguns riscos, como sangramento e dor.
Além disso, amostras de biópsia, por vezes, não dão aos médicos uma
noção exata do estado geral do rim, porque as amostras são pequenas e
não podem conter qualquer tecido lesionado," afirmam os pesquisadores.
"Este novo teste pode permitir que os médicos monitorem com mais
precisão e rotineiramente os transplantados renais", disse Daniel
Rotrosen, diretor da Divisão de Alergia, Imunologia e Transplante do
NIAID. "Ao rastrear as condições de rejeição de um paciente ao longo do
tempo, os médicos podem ser capazes de modular as doses de
imunossupressores para prolongar a sobrevivência do rim transplantado."
O estudo
"No
estudo, pesquisadores coletaram amostras de urina de 485 pacientes
transplantados renais, com períodos de três dias a um ano após o
transplante. A análise estatística revelou que um grupo de três
biomarcadores urinários formou uma assinatura de diagnóstico que poderia
distinguir transplantados renais com rejeição confirmada por biópsia
daqueles cuja biópsia não mostrou sinais de rejeição ou que não foram
submetidos a uma biópsia.
Os biomarcadores incluem duas moléculas de RNA mensageiro que codificam
proteínas do sistema imunológico implicados na rejeição de transplantes
e uma molécula de ARN não codificante que participa na produção da
proteína. Os investigadores utilizaram a assinatura para atribuir
valores para cada amostra de urina e identificar um valor médio,
indicativo de rejeição. Com este teste, podem detectar a rejeição de
transplantes com um nível elevado de precisão.
Para determinar se o teste de urina pode também predizer rejeição no
futuro, os cientistas analisaram as tendências da assinatura de
diagnóstico em amostras de urina colhidas nas semanas antes de um
episódio de rejeição. Os valores para pacientes que sofreram rejeição
aumentou lenta mas firmemente nos dias que antecederam o evento, com uma
característica de um aumento mais intenso cerca de 20 dias antes da
biópsia que confirmou a rejeição. Em contraste, os valores para os
pacientes que não apresentavam quaisquer sinais clínicos de rejeição se
mantiveram relativamente constantes e abaixo dos limites propostos.
Senado aprova atendimento imediato a vítima de violência sexual
Projeto aprovado determina que médicos e policiais atuem em conjunto
O Senado aprovou nesta quinta-feira (4) projeto que assegura atendimento e tratamento imediato nos hospitais do SUS (Sistema Único de Saúde) a vítimas de violência sexual. De acordo com o texto, que agora segue para sanção da presidente Dilma Rousseff, as unidades de saúde públicas ou conveniadas ao SUS precisam oferecer atendimento "emergencial, integral e multidisciplinar" quando ocorrer "qualquer forma de atividade sexual não consentida".
A partir da sanção presidencial, a futura lei ainda levará 90 dias para entrar em vigor. Segundo a norma, os hospitais precisam oferecer medidas de precaução de gravidez, incluindo aí a distribuição da chamada pílula do dia seguinte, quando for o caso. A atuação preventiva dos médicos também se estende a doenças sexualmente transmissíveis. Lesões também deverão receber tratamento da unidade de saúde.
O projeto aprovado determina que médicos e policiais atuem em conjunto. Uma das possibilidades seria a coleta de material genético para que serviços de perícia consigam identificar o agressor via exame de DNA. A medida já é adotada e regulada por um protocolo do SUS, com a aprovação do texto pelo Senado a prática torna-se lei. O atendimento é gratuito.
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Vítima
O projeto não restringe a garantia de atendimento a mulheres, mas estende esse direito a todas as possíveis vítimas de violência sexual, como homossexuais, transexuais, travestis. O texto também não faz restrição de idade ou gênero.
Segundo o senador Wellington Dias (PT-PI), a falta de uma legislação disciplinando a matéria dificultava o trabalho da polícia, uma vez que não seria tão comum a prática de coletar o material genético para auxiliar na identificação do agressor.